Publicado por Redação em Notícias Gerais - 08/12/2015 às 11:28:33

Em proveito próprio, Cunha manobra para adiar comissão de impeachment

Para atrapalhar o andamento das investigações contra ele, o presidente da Câmara manobra o calendário de um tema que paralisa o Brasil

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha

Ainda controlador da caneta na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha deu mais uma demonstração de pretender transformar o processo de impeachment em uma longa agonia para a presidenta Dilma Rousseff e em uma “rota de fuga” no seu caso.

Depois de alongar o prazo para a indicação dos 65 integrantes da comissão especial que irá avaliar o pedido de impeachment assinado pelos advogados Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., Cunha adiou para terça-feira 8 a sua instalação.

Por coincidência, a primeira sessão será no mesmo horário do início da reunião da Comissão de Ética que está prestes a acatar a abertura de um processo por quebra de decoro contra o peemedebista.

Para atrapalhar o andamento das investigações contra ele, o presidente da Câmara manobra o calendário de um tema sensível, que paralisa o Brasil neste momento.

O adiamento também dá fôlego à oposição e a parte do PMDB que, descontentes com algumas indicações dos partidos de base, não fizeram suas indicações e sugerem uma chapa alternativa, contrária a Dilma.

Diante da notícia, os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE); do PMDB, Leonardo Picciani (RJ); e do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), criticaram a decisão de Cunha que, segundo eles, se juntou com a oposição e quebrou acordo de que a lista de integrantes seria montada por consenso.

José Guimarães disse que os partidos da base vão discutir possíveis medidas jurídicas e políticas para serem tomadas. “Eles querem compor maioria sem ter maioria. Não aceitamos esse tipo de manobra”, afirmou.

Já para Jandira Feghali, essa decisão quebra o acordo sobre as indicações e vai inviabilizar a votação da representação contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Leonardo Picciani também criticou o adiamento. “Nós começamos de forma ruim. O acordo era a definição de uma chapa única, mas parte da oposição voltou atrás. O ideal é que haja previsibilidade. O PMDB vai manter os nomes”, declarou.

Segundo Picciani, a possível lista paralela de integrantes a ser anunciada pela oposição pode inviabilizar a instalação da comissão especial sobre o impeachment. “Essa manobra tem consequências mais graves. Pode fazer com que a comissão não se instale. Pode ser que uma chapa seja eleita e, depois, indefinidamente, recuse as indicações da outra chapa.”

E há quem considere legítimo todo esse processo. Em outros tempos, a esse tipo de ação se daria o nome de golpe.

Fonte: Revista Carta Capital


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Balança comercial tem superávit de US$ 627 mi na 2ª semana de abril

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 627 milhões na segunda semana de abril, informou nesta segunda-feira (15) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Notícias Gerais, por Redação

Perspectiva de crédito às empresas retrai em abril

A pesquisa é elaborada para prever a tendência do crédito às empresas nos próximos meses.

Notícias Gerais, por Redação

Balança comercial registra superávit de US$ 560 milhões

De acordo com os dados publicados nesta segunda-feira (7/5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a corrente de comércio (soma das duas operações)

Notícias Gerais, por Redação

Economia para pagar juros da dívida supera meta em 2011, diz BC

A economia feita para pagar juros da dívida pública - o chamado superávit primário - atingiu R$ 128,7 bilhões em 2011, o equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB - a soma de todas as riquezas produzidas no País).

Deixe seu Comentário:

=