Publicado por Redação em Notícias Gerais - 10/02/2014 às 10:04:36

Caixa nega confisco de poupanças

Em 2012, o banco encerrou cerca de 500 mil cadernetas e usou os saldos para engordar seu lucro.

Caixa Econômica Federal, Banco Central (BC) e Contro­ladoria-Geral da União (CGU) afirmaram no fim de semana que uma operação feita pelo banco estatal em 2012 – embora considerada ilegal pelo BC e a CGU – não representa um “confisco” de meio milhão de contas de poupança.

Reportagem publicada pela revista Istoé com base em auditoria da CGU e relatórios do BC mostrou que, em 2012, Caixa encerrou mais de 525 mil contas de poupança e usou o dinheiro para engordar seu lucro.

O saldo dessas contas – cujos CPFs tinham sido cancelados, suspensos ou estavam pendentes de regularização – era de R$ 719 milhões. Com o encerramento das cadernetas, a Caixa contabilizou esse valor como receita. Descontados os impostos, o montante representou um lucro de R$ 420 milhões, 7% do resultado do banco naquele ano (R$ 6,1 bilhões).

A CGU informou, em nota, que o relatório aponta as irregularidades do encerramento das contas e da transferência dos saldos para a receita da Caixa, mas que não há no documento a qualificação da prática como “confisco” – termo usado pela revista na reportagem.

O Banco Central também viu como ilegal a conversão do saldo das cadernetas em lucro, e determinou a retirada desses valores do resultado de 2012. Mas, segundo o BC, não houve prejuízo para os clientes da Caixa.

Segundo a instituição, quem teve contas encerradas têm direito ao dinheiro depositado, após a regularização da situação, a qualquer tempo. “Não há qualquer prejuízo para correntistas e poupadores da instituição e, portanto, não há que se falar em ‘confisco’”, disse o BC em nota.

Segundo a Caixa, o registro dos recursos foi aprovado por auditorias independentes, mas contestado pela CGU e pelo BC. O ajuste, diz o banco, aparecerá no balanço de 2013, como redução do lucro em R$ 420 milhões.


Episódio põe sob suspeita trabalho de auditorias independentes

O episódio da Caixa Econômica Federal pode criar questionamentos ao trabalho das auditorias independentes. A avaliação é do analista da Austin Ratings Luis Miguel Santacreu. “Não é um assunto novo, já que o aumento do lucro é observado desde 2012. Por que só agora o assunto veio à tona? Se houve dolo ou má-fé da Caixa ou de seus auditores, não dá para dizer. Mas não é uma boa prática contábil para ser utilizada”, diz.

Segundo Santacreu, os outros bancos podem vir a ter suas contabilidades financeiras discutidas. “Como a Caixa é líder em poupança de pessoa física, a repercussão e a cifra são maiores. Mas as contabilidades de outros bancos, como o Banco do Brasil e os privados, podem e devem ser mais bem examinadas”, declarou.

O analista lembra que desde 2012 é fato que o lucro e o patrimônio líquido da Caixa apresentaram melhora. E que em 2013 o banco estatal ganhou muita importância na concessão de crédito em meio às medidas do governo de estímulo ao crescimento da economia.

Santacreu também acredita que a reversão do lançamento desses recursos não deve prejudicar os resultados da Caixa. Porém, caso venha a ocorrer impacto negativo, esse deve ser minimizado pelo governo, que não medirá esforços para uma nova capitalização do banco. Ele cita o exemplo de emissões de títulos de dívida pública.

O analista defende a criação de regras mais claras para a destinação de recursos oriundos do encerramento de contas. (Da Gazeta do Povo com agências/Foto: reprodução internet).


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Susep mantém limite de retenção em 3%

A Susep, através da Coordenação Geral de Monitoramento de Solvência (CGSOA), elaborou minuta de Resolução com o intuito de unificar os normativos que dispõem sobre limites de retenção.

Notícias Gerais, por Redação

INSS inaugura agência em Brasília e anuncia contratação de 1,7 mil

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, deputados federais e distritais participaram nesta quinta-feira da inauguração de uma nova Agência de Previdência Social (APS) no Plano Piloto, zona central de Brasília.

Notícias Gerais, por Redação

Dilma sanciona lei que cria nova aposentadoria para servidores

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que cria a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) para os servidores públicos da União. A norma está na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União.

Notícias Gerais, por Redação

Nyse e Deutsche desistem de fusão para criar maior Bolsa mundial

A NYSE Euronext e a Deutsche Boerse desistiram de realizar a fusão de seus negócios, planejada desde fevereiro do ano passado. O anúncio formal de desistência foi feito há pouco, em um breve comunicado.

Notícias Gerais, por Redação

Bolsa da Ásia sobem com menos temores em relação à Europa

As Bolsas de Valores asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, atingindo novas máximas em dois meses, com boas vendas de títulos na zona do euro e sinais de proximidade de um acordo de swap de dívida na Grécia aliviando preocupações sobre a capacidade de refinanciamento da Europa e impulsionando o apetite por ativos de maior risco.

Deixe seu Comentário:

=