Publicado por Redação em Previdência Corporate - 27/02/2015 às 11:23:34

Previdência privada deverá crescer junto com a expectativa de vida

Enquanto o envelhecimento da população preocupa as contas da Previdência Social, o setor de previdência privada comemora a perspectiva de mais pessoas necessitando de investimentos de médio e longo prazos além da aposentadoria pública.

De acordo com o superintendente de produtos da Brasilprev, Sandro Bonfim, o crescimento do setor tem sido intenso nos últimos anos. “Atualmente, nós atendemos 1,78 milhão de clientes e, em razão da longevidade em alta, acreditamos que o mercado de previdência privada ainda tem público-alvo bastante considerável para atingir tanto os novos clientes como aqueles já existentes e que pretendem aumentar seus aportes”, avalia.

Para Evely Silveira, gerente comercial da Porto Seguro Previdência, a preocupação em ter um complemento da aposentadoria do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já é maior e tende a aumentar com o tempo, desde que as pessoas se conscientizem disso. “Será difícil manter padrão de vida razoável ou até mesmo sobreviver com os gastos mensais inerentes à idade mais avançada. Com isso, a previdência complementar privada passa a ser uma necessidade”, avalia.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que os idosos (acima de 60 anos) no Brasil deverão representar mais de 25% da população brasileira em 2060. Nesse contexto, a previdência privada, produto com foco em acumulação de longo prazo, é opção. E, quanto antes começar a poupar, melhor. “Isso porque, além de acumular os aportes realizados por muitos anos, o investidor se beneficiará dos efeitos dos juros compostos, que contribuem fortemente para alavancar o montante poupado”, defende o superintendente comercial da Brasilprev, Guilherme Rossi.

Para demostrar os ganhos de um investimento, Rossi fez simulação em que uma pessoa poupa, mensalmente, R$ 1.000, durante 30 anos. “Imaginando um cenário de juros de 6% ao ano, a reserva será superior a R$ 979 mil ao fim do período de acumulação. Porém, se o investimento se estendesse por mais cinco anos, o valor ultrapassaria R$ 1,3 milhão, diferença bruta superior a R$ 400 mil”, explica.

As altas cobranças envolvidas em investimento em previdência privada, como as taxas de administração e carregamento, são alvo de críticas constantes de economistas e educadores financeiros. Porém, segundo Evely Silveira, da Porto Seguro Previdência, atualmente várias seguradoras não cobram mais a taxa de carregamento nos planos privados de previdência. “As taxas de administração dos fundos também estão mais competitivas e menores”, justifica. “Além disso, há o incentivo da dedução do Imposto de Renda, o que no longo prazo é uma vantagem (planos PGBL, que permitem dedução de valor até 12% da renda tributável do contribuinte, o que alivia a mordia do Leão)”, avalia.

Bonfim explica que, quem possui aportes em fundo de investimento normal do mercado, a cada semestre paga IR sobre o seu ganho de capital. “Na previdência, essa cobrança semestral, chamada de come cotas, não existe, porque você só desconta o IR no momento do resgate. É como se o governo deixasse rendendo no plano de previdência privada o dinheiro economizado do IR. Isso acaba gerando ganho de rentabilidade para o plano.”


Mudanças nos benefícios estimulam complemento

As mudanças nas regras da Previdência Social publicadas no fim do ano passado pelo governo federal para a concessão de pensão por morte e auxílio-doença também devem estimular a previdência privada para complementar recursos durante a velhice. Fato é que, com o passar dos anos, o cerco se fecha mais à concessão de benefícios públicos.

Além de critérios mais rigorosos, a MP (Medida Provisória) 664/2014 determina a redução de benefícios em alguns casos. Cerca de R$ 18 bilhões por ano devem ser economizados a partir deste ano, segundo o Planalto. Porém, as mudanças ainda passarão pela apreciação do Congresso para efetivamente se tornarem lei.

O pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Marcelo Caetano, acredita que a proposta do governo não anula a necessidade de reformas futuras e ainda mais fortes na própria pensão por morte, assim como nas idades das aposentadorias e também na correção do piso do benefício com o salário mínimo. “Se o governo perder agora no Congresso, eu vejo que ele tem quadro político muito debilitado para uma reforma previdenciária mais profunda. Porque o que aconteceu foi extremamente pontual, não é radical, e no fundo nós precisamos de muito mais reformas.”

Entre algumas das mudanças nos benefícios previdenciários está a redução do atual patamar de 100% do salário de benefício da pensão por morte para 50% mais 10% por dependente. Uma viúva com um filho do segurado, por exemplo, receberá 70% do valor (50% mais 10% referentes à mãe e 10% ao filho).

Para Adriane Bramante, vice-presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), este novo cálculo do benefício da pensão é um retrocesso. “Na década de 1960 já tínhamos esse percentual e conseguimos avançar, chegando a 100%. Um segurado que paga aluguel, água e luz, nem em caso de morte terá a redução de 50% das suas despesas. Óbvio que os gastos irão diminuir, mas não pela metade. Talvez esse ponto não passe no Congresso.”

Fonte: http://www.dgabc.com.br


Posts relacionados

Previdência Corporate, por Redação

Aposentado também tem direito à Revisão de 88% do FGTS

Vendo todo ano o poder de compra do salário degringolar, os aposentados têm na “Revisão de 88% do FGTS” uma notícia que pode minimizar um pouco desse prejuízo.

Previdência Corporate, por Redação

STJ garante aumento de 160% no salário do servidor inativo

Muitos servidores públicos aposentados e pensionistas não sabem, mas têm direito a uma melhora significativa no salário. Trata-se de aumento no salário de 160%. Uma pessoa, por exemplo, que tem uma renda de R$ 1.000,00 poderá ficar com o vencimento de R$ 2.600,00.

Previdência Corporate, por Redação

Previdência confirma déficit de R$ 4,936 bi

O Ministério da Previdência Social confirmou, nesta segunda-feira, que o déficit da Previdência no mês de agosto foi de R$ 4,936 bilhões. O dado já havia sido divulgado na semana passada pelo Tesouro Nacional.

Previdência Corporate, por Redação

Inicia hoje (3) o pagamento para segurados que recebem acima do salário mínimo

O INSS começa a pagar hoje (3), os benefícios dos aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo (R$ 622). Junto ao pagamento será efetuado o depósito da primeira parcela do 13º salário, livre do desconto de imposto de renda.

Previdência Corporate, por Redação

Com desconto no IR, aposentadorias pela Funpresp podem ser maiores que salários na ativa

Os servidores que aderirem à Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) poderão, em alguns casos, receber aposentadoria maior que o salário da ativa.

Previdência Corporate, por Redação

Governo quer resolver previdência até o carnaval

O governo pretende liquidar na Câmara a tramitação do projeto que cria o fundo de previdência complementar do servidor público até o Carnaval. Para isso, contará com quatro dias para votar a proposta.

Previdência Corporate, por Redação

Multiprev participa do Congresso Brasileiro de Fundos de Pensão

Pagar menos para ter o carro protegido pode virar uma dor de cabeça para os donos de veículos. Com preços até 50% mais baixos que os seguros tradicionais, associações têm atraído um grande número de pessoas ao oferecer proteção veicular por mensalidades a partir de cerca de R$ 50.

Deixe seu Comentário:

=