Publicado por Redação em Vida em Grupo - 18/07/2014 às 09:57:31

Custeio do Seguro de acidente do trabalho

Além da responsabilidade civil no acidente de trabalho, cumpre destacar que o empregador também é responsável tributariamente pelos acidentes oriundos da relação do trabalho. No âmbito da responsabilidade tributária do empregador, esta restringe-se as contribuições previdenciárias, que são as principais fontes de financiamento do sistema de Seguridade Social.

Assim, tem-se que para financiar as aposentadorias especiais, bem como os benefícios concedidos em razão da incapacidade laboral oriundos de acidente do trabalho foi instituída a contribuição previdenciária a ser paga pelo empregador, chamada SAT – Seguro Acidente do Trabalho. Apesar do SAT ter sido instituído na época do Governo Getúlio Vargas, a contribuição só assumiu maior relevância a partir de 1967, após diversas alterações legislativas.

Com o intuito de beneficiar aquelas empresas que investiam em segurança e higiene do trabalho, bem como incentivar as demais empresas a investir em segurança do trabalho criou-se o FAP – Fator Acidentário de Prevenção, instituído pela Lei 10.666/03. Trata-se de uma possibilidade de flexibilizar as alíquotas do SAT, que poderiam ser reduzidas em até 50% ou aumentada em 100%, conforme o desempenho da empresa em relação às normas de segurança e higiene do trabalho e, de acordo com as variáveis de frequência, gravidade e custos dos benefícios por incapacidade.

Todavia, em 2009, foram publicadas novas resoluções do Conselho Nacional de Previdência Nacional – CNS alterando por completo o período de apuração das ocorrências (acidentes), bem como a formula de cálculo do FAP. Ocorre que tais alterações foram de encontro aos princípios constitucionais, como o devido processo legal e a ampla defesa, pois a empresa não é notificada das decisões proferidas pelo órgão previdenciário, bem como não possui conhecimento de como é feito a classificação das empresas para o cálculo da alíquota.

Além dessas inconstitucionalidades, insta salientar que a resolução apresenta ilegalidades, por exemplo, o acidente de trajeto que não é oriundo do ambiente de trabalho, mas entra para o cálculo do FAP. O reflexo dessas alterações é que as alíquotas dobraram sem qualquer amparo fático ou legal. Empresas que tiveram apenas poucos acidentes e ainda de grau leve tiveram a sua alíquota majorada, o que demonstra uma contradição na legislação, uma vez que o FAP foi criado para incentivar as empresas a investir na segurança e saúde do trabalhador.

Deste modo, conclui-se que o empregador arca com uma carga elevadíssima de tributos previdenciários, os quais possuem a finalidade de cobrir os acidentes do trabalho ocorridos na empresa, mas, além dessas contribuições, ainda tem que investir na segurança e higiene do trabalhado e ressarcir o INSS de eventuais e específicos acidentes, o que praticamente torna inviável a atividade de empresário.
   
Fonte: http://www.rdnews.com.br  


Posts relacionados

Vida em Grupo, por Redação

Mercado de seguro brasileiro crescerá 55% até 2015

Arrecadação de R$ 255 bi este ano

Vida em Grupo, por Redação

Aposentados têm de fazer novo cadastro

Aposentados e pensionistas devem ficar atentos ao cadastro de vida do benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para não ter seu seguro cancelado

Vida em Grupo, por Redação

Mercado de seguros cresce 17% e movimenta R$ 218 bi em 2011

A despeito da desaceleração da economia e da perspectiva de crescimento mais comedido em 2012, o setor de seguros mantém previsões otimistas, com expansão acima dos 10% tanto para 2011 quanto para o ano que vem.

Vida em Grupo, por Redação

Economia e classe média impulsionam crescimento dos seguros de pessoas

Somos 7 bilhões de pessoas. "Como será este mundo apertado?", questionou Cláudio Leão, superintendente regional da Bradesco Vida e Previdência, durante o III Workshop Seg News Seguro de Pessoas - "O Seguro de Vida e a Previdência Privada em Crescimento no Brasil", realizado em 10 de novembro, no Blue Tree Towers Paulista, em São Paulo (SP).

Vida em Grupo, por Redação

Mercado de seguro-garantia desperta interesse das estrangeiras

Alexandre Malucelli fala sobre o Seminário Técnico da PASA, onde constatou que o Brasil é, hoje, o centro das atenções

Deixe seu Comentário:

=