Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 26/01/2011 às 17:24:04

Brasil é líder mundial em pesquisa em medicina tropical

Revista britânica reconhece protagonismo brasileiro no investimento em P&D para o combate a doenças infecciosas

Artigo publicado na edição de janeiro da revista britânica The Economist destacou o Brasil como líder internacional em pesquisa em medicina tropical. O título sugere que o País é destino promissor para jovens cientistas do mundo todo: "Go south, young scientist" (algo como: vá para o sul, jovem cientista). O texto ressalta que, além de o Brasil ter uma comunidade científica atuante, o investimento financeiro do governo em pesquisa é alto - 1% do Produto Interno Bruto (PIB) - quase o dobro da média dos demais países da América Latina.

Desde 2003, o Ministério da Saúde orienta grande parte de seus recursos a linhas de pesquisa relacionadas às doenças "negligenciadas", também chamadas de doenças infecciosas da pobreza (dengue, doença de Chagas e malária, por exemplo). De 2003 a 2009, o ministério investiu R$ 82,4 milhões em centenas de projetos nesta área. Não à toa, o país está no topo da lista de países que financiam pesquisa em dengue, segundo a GFinder List, instituição inglesa que realiza levantamento anual de pesquisas.

A atuação brasileira na área tem chamado a atenção dos financiadores do mundo de P&D em saúde. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde foi convidado pela Bill & Melinda Gates Foundation para uma reunião em Washington com as maiores instituições internacionais que financiam P&D. O encontro ocorreu no Research for Development Institute, ONG financiada pelo fundador da Microsoft. Ao lado do Ministério da Saúde brasileiro, estavam representantes da OMS, da Usaid e do banco belga UBS.

"Eles queriam principalmente entender os mecanismos utilizados pelo Brasil para incentivar a realização de pesquisas a respeito de doenças negligenciadas - uma área não muito atraente para a indústria farmacêutica, pelo reduzido potencial de retorno lucrativo, uma vez que a população atingida é de baixa renda e presente, em sua maioria, em países em desenvolvimento", disse a diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Leonor Pacheco, em nota.

O número de pesquisadores brasileiros e de publicações em revistas científicas também está crescendo. São formados anualmente 10 mil PhDs - dez vezes mais do que 20 anos atrás. Entre 2002 e 2008, a participação de pesquisadores brasileiros na publicação de artigos científicos cresceu de 1,7% para 2,7%. Ainda tem aumentado a colaboração de cientistas brasileiros em artigos de pesquisadores de outras partes do mundo: 30% dos artigos assinados por brasileiros têm um co-autor estrangeiro atualmente.

Em 2006, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Foram estabelecidas sete prioridades de atuação que compõem o programa em doenças negligenciadas: dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquitossomose e tuberculose. Por meio deste programa, já foram financiados 140 projetos.

Além disso, segundo o Ministério, o Programa de Pesquisa para o SUS promove o financiamento de projetos de pesquisa em saúde em todos os estados brasileiros, estimulando o investimento das fundações de amparo à pesquisa estaduais, secretarias estaduais de saúde e de ciência e tecnologia. De 2003 a 2008, foram financiados 203 projetos. O Ministério da Saúde também tem investido na organização de redes de pesquisa em áreas específicas, tais como a Rede Malária, que agrega competências de regiões distintas do País para o enfrentamento da doença. "O intuito é estimular o intercâmbio entre instituições que concentram competências, a integração entre pesquisadores e o compartilhamento de infraestrutura", afirmou a instituição.

Fonte: www.saudebusinessweb.com.br | 26.01.11


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

ANS autoriza reajuste para planos individuais antigos

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) comunicou, nesta quinta-feira (16), os índices máximos a serem aplicados aos contratos de planos de saúde individuais antigos

Saúde Empresarial, por Redação

Microcity quer expandir atuação em saúde

Segundo o diretor comercial e de parcerias da Microcity, Marcelo Rodrigues, a companhia possui estimativa de crescimento de 20% atrelada a um faturamento de R$100 milhões

Saúde Empresarial, por Redação

Médicos questionam quebra de patente defendida por Dilma na ONU

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff defendeu, em reunião de alto nível com chefes de Estado, em Nova York, que as doenças crônicas não transmissíveis podem motivar quebra de patentes de remédios, assim como aconteceu com medicamentos contra a Aids.

Saúde Empresarial, por Redação

Hospital com mais de 30% de atendimentos SUS não é viável

A má remuneração do SUS e das operadoras, assim como os elevados custos operacionais levaram dezenas de hospitais filantrópicos e de pequeno porte a acumular dívidas milionárias. Há uma salvação?

Saúde Empresarial, por Redação

Instituto luta por inclusão de quimio oral no rol de procedimentos

Em 2021, mais de 80% dos tratamentos oncológicos no Brasil serão ministrados por meio da quimioterapia oral.

Deixe seu Comentário:

=