Publicado por Redação em Notícias Gerais - 22/04/2015 às 10:48:23

Professores acreditam que formação específica influencia positivamente a educação

Professores acreditam que a educação pública pode melhorar com formações específicas.

Estudantes que não aprendem o adequado em matemática ou em português é o que se percebe ano após ano, quando são divulgados os resultados de avaliações como a Prova Brasil. Mas o que pensam os professores de escolas públicas? Uma pesquisa inédita da Fundação Lemann em parceria com a Instituto Paulo Montenegro e o Ibope Inteligência mostra que os professores consideram positivas as avaliações externas e defendem a formação para melhorar o trabalho em sala de aula. Muitos dizem que não são consultados na hora de implementar programas ou políticas nas escolas.

O levantamento mostra que 80% dos professores acreditam que ter formação específica para orientar o trabalho a partir das avaliações externas inluencia positivamente a educação em escolas públicas. Para 66% dos professores, saber o que é esperado que os alunos aprendam a cada ano facilita o trabalho do professor. Disponibilizar materiais didáticos digitais de qualidade é visto como algo positivo por 92% dos professores – mesmo percentual que acha positiva a capacitação profissional para a aplicação dessas tecnologias em sala de aula.

“Professor é uma profissão que foi escolhida, geralmente se faz licenciatura sabendo que se quer ser professor”, diz o coordenador de Projetos da Fundação Lemann, Ernesto Faria. “Um ponto é garantir condições de trabalho para que o professor não perca essa expectativa. Se o professor não vê retorno, pode se desmotivar, pode deixar de ter essa gana de fazer o aluno aprender”, acrescenta.

A pesquisa Conselho de Classe – A Visão dos Professores sobre a Educação no Brasil foi feita com profissionais do ensino fundamental de escolas públicas. Foram feitas mil entrevistas, em 50 municípios das cinco regiões brasileiras, entre os dias 19 de junho e 14 de outubro de 2014. A margem de erro é 3 pontos percentuais, e o nível de confiança, 95%.

Quando o assunto é ser consultado para a implementação de programas e políticas na escola onde trabalha, cerca de um terço (34%) diz não ter tido a possibilidade de opinar, 20% disseram ter a possibilidade de opinar apenas após a implementação; 45% atestam terem sido consultados antes e 1% não sabe ou não respondeu.

Dentro da própria escola, 56% dizem que sempre têm a opinião levada em consideração por diretores, coordenadores e pedagogos, 41% são ouvidos algumas vezes e 3% nunca. Em relação à Secretaria de Educação à qual a escola está vinculada, as porcentagens passam para 13% sempre; 61% algumas vezes e 23% nunca. Pelo Ministério da Educação (MEC), 4% dizem ser sempre levados em consideração, 55%, algumas vezes e 40% nunca. O 1% restante em cada categoria não soube ou não respondeu.

A pesquisa também avaliou o que os professores pensam sobre a base nacional comumcurricular, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). Pela lei, sancionada no ano passado, a base deve estabelecer os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes. O levantamento mostrou que ainda há muitas dúvidas em relação ao que seria essa base e de que forma ela poderia ajudar no ensino.

Os dados levantados mostram que 52% dos professores concordam totalmente que os currículos devem ter uma base comum; 55% concordam totalmente ou em parte que a diversidade regional do país seria desconsiderada com uma base comum e 25% discorda totalmente ou em parte que uma base comum possa diminuir as desigualdades educacionais.

De acordo com o coordenador, o diálogo com os professores está aquém do que deveria, sobretudo dentro das escolas e, esse diálogo, é fundamental para a definição de uma base comum. "A informação vem [para os professores] de forma assimétrica. Se tem uma comunicação mais clara, consegue-se levar o argumento e a resistência pode deixar de existir, pode ser que a base comum faça mais sentido para a escola. Essa base vai ter que buscar o essencial."

Para 83% dos professores, os representantes da categoria devem participar da construção da base, enquanto para 40%, eles devem liderar as discussões. Logo em seguida, aparecem os representantes do MEC, 81% acreditam que eles devem participar e 29%, liderar e os representantes das secretarias estaduais de educação (73%, participar e 6%, liderar) e das secretarias municipais (69% e 5% respectivamente)

A pesquisa mostra ainda que os fatores que têm mais impacto no cotidiano escolar estão ligados à falta de apoio para lidar com alunos que precisam de algum tipo de atenção especial – 50% dos professores. Entre esses fatores estão a falta de acompanhamento psicológico (21%), a defasagem de aprendizado (12%), a aprovação de alunos que não estão preparados para o próximo ciclo (10%) e a falta de condições adequadas para inclusão de alunos com deficiência (7%).

Entre os professores do 1º ao 5º ano é maior a porcentagem dos que apontam a falta de acompanhamento psicológico para alunos como principal problema (27%). Entre os professores do 6º ao 9º ano, a indisciplina dos alunos é destacada em maior proporção (18%).

 

Confira alguns dos problemas da educação brasileira

 

 

  • ALFABETIZAÇÃO AOS 8 ANOS- Na prova realizada em 2012, apenas 44,5% das crianças do 3° ano mostravam alfabetização adequada na leitura.
  •  

     

     

     

     

  • FORA DA ESCOLA - Brasil ainda tem 3,8 milhões de brasileiros entre 4 e 17 anos fora da escola.
  •  

     

     

     

     

  • ENSINO DE MÁ QUALIDADE - No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática.
  •  

     

     

     

     

  • REPETÊNCIA E EVASÃO - Com baixa qualidade de ensino, estudantes repetem de ano e abandonam a escola. Metade dos alunos não concluem o ensino médio até os 19 anos.
  •  

     

     

     

     

  • PROBLEMAS NA ESCRITA - No Enem de 2014, 529 mil estudantes brasileiros tiraram zero na redação. O tema era Publicidade Infantil.
  •  

     

     

     

     

  • PROFESSORES TEMPORÁRIOS - 1 em cada 4 professores da rede pública do País é temporário, segundo estudo do Ipea. Assim, os professores não têm direitos trabalhistas completos e tampouco dedicação total ao trabalho.
  •  

     

     

     

     

  • QUALIFICAÇÃO - 1 a cada 4 professores da educação básica no Brasil não tem diploma de ensino superior.
  •  

     

     

     

     

  • MUITOS ALUNOS POR SALA - Na rede estadual de São Paulo, as aulas começaram em 2015 com turmas superlotadas. Apesar do limite de 40 alunos, salas tinham até 85 matrículas.
  •  

     

     

     

     

  • VIOLÊNCIA - A violência no entorno das escolas também atinge as salas de aula. Escolas públicas por vezes têm de lidar com roubo de materiais e até de merenda.
  •  

     

     

     

     

  • BAIXOS SALÁRIOS - Em 2015, a Lei do Piso subiu o salário para R$ 1.918 por 40 horas de trabalho por semana. Criada em 2008, a lei não é cumprida por 3 redes estaduais: MG, RS e RO.
  •  

     

     

     

     

  • FALTA DE INFRAESTRUTURA - Mesmo em SP, um dos Estados mais ricos do País, a rede estadual ainda tem escolas feitas de lata.
  •  

     

     

     

     

  • ENSINO SUPERIOR - Apenas 32,3% dos brasileiros de 18 a 24 anos cursam ou cursaram ensino superior. A meta do PNE é que o índice chegue a 50% em 2024.
  •  

     

     

     

     

  • FALTA DINHEIRO - Dados coletados pelo Pisa 2012 mostram que o Brasil investe US$ 26.765 por estudante entre 6 e 15 anos. A média dos demais países da OCDE é de US$ 83.382.
  •  

     

     

     

     

  • FALTAM VAGAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Em 2016, todas as crianças de 4 e 5 anos deverão estar matriculadas na escola. Atualmente, 2 em cada 10 estão fora da escola.
  •  

     

     

    Fonte: Último Segundo - IG


    Seguros Pessoais

    Posts relacionados

    Notícias Gerais, por Redação

    Déficit comercial soma US$ 100 mi na 1ª semana do ano

    A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 100 milhões na primeira semana de 2013. Considerando o período entre 1º e 6 de janeiro, com três dias úteis, houve registro de US$ 2,250 bilhões em exportações e de US$ 2,350 bilhões em importações.

    Notícias Gerais, por Redação

    Crédito já dá sinais de melhora, afirma presidente do BC

    O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta segunda-feira (21) que foi detectada, nas últimas semanas, uma melhora tanto no volume de concessões de crédito quanto na redução das taxas cobradas pelos bancos.

    Notícias Gerais, por Redação

    Programa nos EUA consegue detectar dor de pacientes

    Um grupo de pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, desenvolveu um programa de computador que avalia informações geradas pelo cérebro e detecta quando as pessoas sentem dor.

    Deixe seu Comentário:

    =