Publicado por Redação em Mercado - 05/07/2023 às 11:21:23

VP de RH da Cielo: Em vez de focar no futuro, priorizo o agora



Formada em tecnologia e economia, Patrícia Coimbra passou por diferentes áreas e empresas nos seus 36 anos de carreira. Agora, a executiva une sua experiência em TI, finanças e recursos humanos ao assumir como VP de gente, gestão e performance da Cielo, a terceira mulher na liderança executiva da empresa.

Coimbra terminou a graduação em economia em 1994, antes de fazer pós em marketing, em 1998. Mais de duas décadas depois, voltou a estudar e buscou diplomas em ESG pela Schumacher College e educação executiva em Stanford. “Nos momentos em que mudei de área e de carreira, eu sempre me capacitei”, diz a executiva, que ressalta a importância do lifelong learning para uma carreira longeva e de sucesso. 

Mas atribui os principais movimentos e aprendizados da sua carreira ao dia a dia do trabalho e à convivência com as pessoas dos lugares por onde passou. “Muitos focam em “para onde eu vou” e deixam de aproveitar e aprender com o agora, com as pessoas de agora, os desafios de agora”, afirma. Foi o foco no momento presente, além do apoio de suas lideranças, especialmente as mulheres, que a permitiram assumir cargos em diferentes áreas e se destacar em empresas como SulAmérica, Shell e Oi.

O C-Suite desta semana também traz movimentações nos setores automotivo, de telecomunicações e de saúde. Bruno Hohmann foi promovido a VP de vendas global da Renault, Camila Ribeiro é a nova diretora de marketing da TIM  e Hellisson Lemos assume como diretor-geral de produtos, marketing, analytics e experiência do cliente da Dasa.

Forbes: Você se formou em TI e economia, e mais de 20 anos depois, buscou novas formações em ESG e educação executiva. Qual a importância desses aprendizados novos para sua carreira? 

Patrícia Coimbra: Em geral, nós vemos a aprendizagem contínua sempre em formato de cursos, de conteúdo, mas eu acredito que a aprendizagem contínua é o dia a dia do trabalho. Nos momentos em que mudei de área e de carreira, eu sempre me capacitei. Tive o  privilégio de estudar tecnologia, economia, pós graduar em marketing, estudar sustentabilidade em Schumacher College, transformação digital em Stanford. Mas a grande fonte de aprendizado foram os meus desafios profissionais num ambiente de troca, de construção, de evolução, com pessoas muito competentes. Acredito muito na transformação com as pessoas, é a maior fonte de aprendizado pra mim.

F: Quais seus principais aprendizados de carreira até hoje e que você diria para profissionais mais jovens?

PC: Muitas pessoas focam muito em “pra onde eu vou”, “o que eu vou ser”, “até quando eu vou assumir mais responsabilidades” e deixam de aproveitar e aprender com o agora, com as pessoas de agora, os desafios de agora. Acredito que a fonte principal de aprendizado e de resultado é o que a gente está fazendo neste momento.

Outro aprendizado é entender como contribuir em qualquer grupo que estou entrando. Muitas vezes queremos mostrar o quanto podemos aportar, queremos reconhecimento, mas isso acaba sendo muito mais importante do que a contribuição real, então acho que quando você entra com o olhar de “como eu contribuo para esse grupo?”, tudo muda.  Se colocar sempre à disposição, como parceiro e com um objetivo comum. Isso faz muita diferença, tem impacto real por onde você passa. Por fim, o autoconhecimento, o que faz sentido pra cada um, como fazer uma boa gestão pessoal e da equipe. Sem esse sensor, é fácil se perder com referências externas.

F: E quais habilidades você precisou desenvolver para chegar nesse ponto da carreira?

PC: Muita adaptabilidade e gestão de stakeholders, a forma como ouço meus clientes, meus parceiros e como trabalhamos juntos, como atuar junto desse grupo que é impactado por nós. E, claro, ter resultados. Sem atingir o resultado combinado, você não dá o próximo passo.

F: O que um executivo de RH busca nos profissionais hoje?

PC: Além de certa experiência para o desafio, os times de Recursos Humanos sempre buscam pessoas que estão determinadas a aprender, querem fazer junto e estão a fim de entregar o resultado. Gente com vontade, que quer fazer, transformar e se transformar, é isso o que buscamos cada vez mais.

F: O que você gostaria de ter ouvido no início da carreira que poderia ter feito a diferença?

PC: Ter coragem e ser capaz de se transformar e transformar o lugar em que você está. Eu fui aprendendo isso, muito mais pela minha reflexão do que pelas outras pessoas me dizendo. Acho que a gente tem que ter coragem, pois quando a gente não tem, a gente se limita. Saber da nossa capacidade de se transformar e gerar transformação onde a gente está, pensando sempre no coletivo.

Por quais empresas passou
Sulamerica Seguros, Oi, S. C. JOHNSON, Shell do Brasil, Bozzo Brasil Empresa de Navegação Aliança

Formação
1998 Pós-graduação em Marketing, PUC -RJ
1994 Graduação em Economia, Candido Mendes -RJ
1989 Graduação em Tecnologia de Informação, PUC-RJ

Primeiro emprego
Estagiária de análise de sistemas da Empresa de Navegação Aliança, em 1987

Primeiro cargo de liderança
Diretora de Recursos Humanos da S. C. JOHNSON (de 2001 a 2011)

Tempo de carreira
36 anos

 

Fonte: Forbes


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