Publicado por Redação em Notícias Gerais - 22/08/2016 às 10:36:09

Tatuagem não pode eliminar candidatos de concursos, decide STF

Um policial não é melhor ou pior por ser tatuado. Uma tatuagem não é sinal de inaptidão profissional. Luiz Fux, ministro do STF

Brasília - Por 7 a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde desta quarta-feira (17) que candidatos não poderão ser excluídos de concursos públicos por possuírem tatuagem. A decisão foi tomada enquanto os ministros discutiam o recurso apresentado por um candidato reprovado nos exames de saúde de um concurso da Polícia Militar de São Paulo por ostentar uma tatuagem na perna direita, o que contrariava as normas previstas em edital.

Na sessão plenária desta quarta-feira, 17, os ministros do STF decidiram que editais de concursos públicos não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. Ou seja: o veto às tatuagens somente poderia ser justificado em caso de mensagens que preguem a violência, racismo ou terrorismo, por exemplo.

O caso tem repercussão geral, trazendo implicações para futuros concursos públicos e casos semelhantes já em tramitação na Justiça.

No caso discutido pelo STF, o candidato foi excluído do concurso para a vaga de soldado de 2ª classe depois de realizar um exame médico em que mostrou uma tatuagem "tribal" de 14 por 13 centímetros. O julgamento do STF reverte decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia entendido que o edital poderia fazer a restrição.

Tatuagem não revela se trabalha bem ou mal, diz ministro

Segundo o ministro relator do caso Luiz Fuxk, não há espaço atualmente para a exclusão de determinada pessoa que pode exercer sua liberdade de expressão por meio de tatuagem. Um policial não é melhor ou pior por ser tatuado, Uma tatuagem não é sinal de inaptidão profissional.

Ainda de acordo com o ministro, a tatuagem, desde que não expresse ideologias terroristas, extremistas, contrárias às instituições democráticas, incitem violência ou incentivem preconceitos, é perfeitamente compatível com o exercício de qualquer cargo público.

Na opinião do ministro Luís Roberto Barroso, o papel do Estado é permitir que cada um viva a sua própria convicção, o Estado, portanto, não tem o direito de fazer determinadas escolhas existenciais pelas pessoas e o Estado não pode pretender viver nossas vidas.

Além de Fux e Barroso, votaram a favor do recurso apresentado pelo candidato os ministros Celso de Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli, Edson Fachin e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

A única voz contrária no julgamento foi a do ministro Marco Aurélio.

"Não se trata de concurso qualquer, mas para qualificar-se soldado do Corpo de Bombeiros militar do Estado de São Paulo. Se formos à Constituição Federal, vamos ver que polícias militares e bombeiros são auxiliares das Forças Armadas, reservas do Exército brasileiro", ressaltou Marco Aurélio.

Fonte: Uol Economia


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Consumidor deve contribuir com R$ 23,21 bi para fundo do setor elétrico

No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, conta de luz poderá ter alta de 19,97%. Aneel deve votar proposta ainda na manhã desta terça-feira (3).

Notícias Gerais, por Redação

Brasil tem déficit comercial de US$ 730 milhões em dezembro

As importações no valor de US$ 5,003 bilhões superaram as exportações de US$ 4,273 bilhões na segunda semana deste mês. Com isso, foi registrado déficit comercial de US$ 730 milhões, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Notícias Gerais, por Redação

América Latina puxa aumento no número de turistas no Brasil

Os países da América Latina sustentam o aumento do número de desembarque de turistas estrangeiros no Brasil, informa a coluna Mônica Bergamo na Folha.

Notícias Gerais, por Redação

Dólar alcança R$ 1,79; Bovespa reduz perdas

O nervosismo do mercado financeiro com a crise europeia já empurra o dólar comercial para níveis não vistos desde junho do ano passado. Às 13h30 (hora de Brasília), o dólar comercial era negociado por R$ 1,791, aumento de 3,34% na comparação com fechamento da semana passada.

Deixe seu Comentário:

=