Publicado por Redação em Notícias Gerais - 16/07/2013 às 09:32:09

Seguro-desemprego voltará a ter ganho real, diz ministro do Trabalho

O seguro-desemprego voltará a ser corrigido pela mesma fórmula aplicada ao salário mínimo (acima da inflação), independentemente do valor do benefício, de acordo com o ministro Manoel Dias (Trabalho).
 
A regra, que leva em conta a inflação passada e o crescimento da economia, deixou de ser usada no início deste ano para os benefícios acima de um salário mínimo (atualmente R$ 678).
 
Em vez disso, o governo passou a reajustar as faixas superiores com base apenas na variação de preços registrada pelo INPC.
 
Na prática, isso significou uma correção de cerca de 6,2%, em vez dos 9% que estariam garantidos pelo modelo em vigor até então.
 
A decisão pelo reajuste menor foi tomada de forma unilateral pelo governo e ainda aguarda o aval do conselho responsável pelo seguro-desemprego (Codefat), que tem representantes de governo, trabalhadores e empresários.
 
Nesse período, enquanto as centrais sindicais pressionavam nos bastidores para derrubar a regra, a equipe econômica se articulava para mantê-la.
 
A previsão é que haja um desfecho nas próximas semanas, quando está prevista nova reunião do conselho.
 
"A maioria das centrais sindicais é contra esse novo cálculo. Vou restabelecer o cálculo anterior. Isso será decidido na próxima reunião do Codefat. Depois vamos decidir como reequilibrar as contas do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]", afirmou Dias à Folha.
 
PAI DA MEDIDA
 
Segundo apurou a reportagem, o assunto foi negociado com as centrais e apresentado à presidente Dilma Rousseff como uma medida popular, que pode render dividendos ao governo num momento de queda de popularidade.
 
Atualmente o governo está na presidência do FAT e pode sair como "pai da medida". A partir de agosto, o comando do conselho passará para o representante dos trabalhadores. Ainda não está claro quando a nova regra começaria a valer.
 
Dias não estava à frente do ministério quando a mudança foi feita.
 
A equipe de Brizola Neto, antecessor no cargo e colega de partido (PDT), justificou a alteração como um caminho para tentar ajustar a situação financeira do FAT. O fundo que banca o pagamento do seguro-desemprego vem registrando deficit recorrente. Em 2012, o Tesouro precisou fazer aporte de R$ 5,5 bilhões no FAT e novos aportes estão programados para este
ano.
 
Estimativas do Ministério do Trabalho apontavam uma economia de cerca de R$ 700 milhões nos gastos com o benefício neste ano após a mudança. A despesa tem impacto direto no superavit primário do governo federal.
 
A Fazenda não se manifesta oficialmente sobre o assunto. No entanto, segundo a Folha apurou, técnicos ainda trabalham para derrubar a proposta negociada por Dias com as centrais.
 
O governo está empenhado em aumentar o aperto fiscal em 2013 para ajudar no controle da inflação.
 
O ministro Guido Mantega (Fazenda) já se comprometeu publicamente em cumprir uma economia equivalente a 2,3% do PIB no ano -bem acima do superavit de 1,95% do PIB acumulado nos 12 meses até maio.
 
Fonte: Folha de São Paulo

Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Serviços puxam alta no emprego em março, diz Caged

O valor representa uma alta de 20,6% em relação a março de 2011. Em fevereiro, a economia brasileira criou 150,6 mil vagas.

Notícias Gerais, por Redação

Substituição das sacolas de plástico descartáveis começa dia 25 em SP

A partir do dia 25, quem for realizar compras nos supermercados do Estado de São Paulo já não vai receber de graça as tradicionais sacolinhas de plástico.

Notícias Gerais, por Redação

Planalto quer evitar levar questão da DRU ao Supremo

O Palácio do Planalto não quer correr o risco de levar a tramitação da emenda que prorroga a DRU (Desvinculação das Receitas da União) no Senado para ser discutida no STF (Supremo Tribunal Federal) e decidiu não agrupar as duas propostas que tratam do tema na Casa.

Deixe seu Comentário:

=