Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 28/08/2014 às 11:12:43

Redução de estômago pode evitar alzheimer, aponta pesquisa da USP

Uma considerável redução de peso na idade adulta pode ajudar a prevenir o alzheimer na velhice, de acordo com uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) com mulheres submetidas à cirurgia bariátrica.

Trabalhos anteriores indicam que pessoas obesas têm 35% mais riscos de desenvolver a doença degenerativa. O novo estudo provou que a perda de peso, ocasionada pela cirurgia, pode reverter um excesso de atividade cerebral associada à obesidade, melhorando as funções cognitivas. Em tese, essa modificação cerebral pode reduzir o risco de alzheimer.

O trabalho foi publicado ontem, na revista Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Segundo uma das autoras, Cintia Cercato, do Hospital das Clínicas da USP, o estudo foi o primeiro a avaliar a atividade cerebral em mulheres antes e depois de uma cirurgia bariátrica. "Mostramos que o cérebro é mais um órgão que se beneficia com a perda de peso induzida pela cirurgia", disse Cercato.

 De acordo com a cientista, vários estudos já apontavam a obesidade como fator de risco do Alzheimer. Segundo ela, os obesos têm resistência à produção de hormônios como a leptina e a insulina, que são também importantes para a proteção dos neurônios. "O objetivo era saber se o cérebro do obeso sofria modificações em relação ao de não obesos e se essas alterações se reverteriam com a perda de peso", disse Cíntia.

Usando uma série de testes neuropsicológicos e tomografias com emissão de pósitrons - um dos principais exames para detecção de alzheimer- os pesquisadores examinaram as funções cerebrais de 17 mulheres com obesidade mórbida antes da cirurgia bariátrica e 24 semana depois da intervenção.

"Antes da cirurgia, encontramos algumas áreas do cérebro das pacientes que tinham taxas de atividade metabólica mais altas que as das mulheres com peso normal", disse a pesquisadora. O aumento da atividade cerebral ligado à obesidade ocorre no cíngulo posterior - a primeira área do cérebro que é comprometida quando se manifesta o alzheimer, segundo ela.


Novo cenário

Depois da cirurgia, a atividade cerebral das pacientes passou a ser idêntica à de uma pessoa que nunca foi obesa, segundo Cintia. "Nossa hipótese é que o aumento do metabolismo cerebral nas pessoas obesas é deletério para os neurônios, prejudicando as sinapses, a memória e a atenção."

O estudo mostrou que o cérebro das mulheres obesas, antes da cirurgia, aumentava seu metabolismo, mas não melhorava as funções cognitivas. Segundo a pesquisa, esse é um indício de que a obesidade pode forçar o cérebro a trabalhar mais do que o normal para obter o mesmo grau de cognição.

Depois da redução de peso, segundo Cintia, as pacientes melhoraram também a função executiva, que é a capacidade de tomar decisões. "Melhorar essa função pode ajudar a paciente a mudar seus hábitos, o que é essencial na luta para manter o peso após a cirurgia", afirmou.


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Planos devem oferecer alternativas ao reembolso durante greve

Para os órgãos de defesa do consumidor, os clientes que forem afetados pela decisão dos médicos de paralisar o atendimento eletivo aos planos de saúde e hospitais de pelo menos 16 Estados brasileiros a partir de quarta-feira deverão, primeiramente, consultar a operadora do plano de saúde -

Saúde Empresarial, por Redação

Campanha de vacinação contra a gripe começa esta semana em todo o país

Começa no próximo sábado (5) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, que vai proteger também contra a influenza A (H1N1) - gripe suína.

Saúde Empresarial, por Redação

O desafio de custear saúde e aposentados

A população mundial atingiu 7 bilhões de habitantes em 2011, sendo 900 milhões de idosos (13%). O Brasil, em plena transição demográfica, possui 196 milhões de habitantes, com 20 milhões de idosos (10%).

Deixe seu Comentário:

=