Publicado por Redação em Previdência Corporate - 25/11/2015 às 14:43:42

Novas regras para os planos de previdência: o que muda para você

Entre as novidades, VGBLs e PGBLs vão passar a poder investir no exterior

Expectativa é que flexibilização nos investimentos traga maior retorno às carteiras (Tax Credits/Flickr)

SÃO PAULO – Em maio de 2016 entram em vigor novas regras para a aplicação dos recursos dos planos de previdência aberta, conhecidos como VGBLs e PGBLs. A partir de então os gestores desses planos poderão aplicar em novas classes de ativos, como investimentos no exterior, o que pode melhorar a rentabilidade das carteiras.

“Incorporar novas classes de ativos pode melhorar o retorno dos planos no longo prazo, além de ser possível fazer uma combinação dos ativos para um melhor gerenciamento dos riscos dos investimentos”, diz Leonardo Mattedi, diretor financeiro da Brasilprev.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão do governo que formula políticas para o sistema financeiro, editou no dia 13 de novembro a resolução 4.444, que muda as regras para a aplicação dos recursos das entidades de previdência privada, seguradoras e resseguradoras. As novas regras entram em vigor em 180 dias, ou seja, em 11 de maio.

Entre os destaques da medida estão a possibilidade de investir até 10% do patrimônio em ativos no exterior, o aumento do percentual permitido para aplicação em renda variável (de 49% para 70%), a permissão para aplicação em ETFs (carteiras que replicam índices e têm cotas negociadas em bolsa) e em fundos imobiliários, além de Certificados de Operações Estruturadas (COE). Também traz incentivos para o investimento em infraestrutura, como o limite de 5% dos recursos.

Outro avanço da regra é a criação do participante qualificado, que terá limites ainda mais flexíveis para aplicar em algumas classes de ativos, como renda variável (até 100%). O conceito se assemelha ao do investidor qualificado, que é definido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como aquele com pelo menos R$ 1 milhão em investimentos.

O conceito para previdência, porém, ainda será definido pelos órgãos reguladores do setor. Segundo Marcelo Wagner, superintendente de planejamento, riscos e investimento da Brasilprev, a questão do patrimônio deverá ser considerada, mas deve levar em conta também o perfil de risco e a fase da vida do participante do plano.

De olho no custo

Segundo Lauro Araújo, diretor da Las Consultoria, as mudanças terão maior impacto nos perfis moderado e agressivo dos planos de previdência, que têm maior exposição a renda variável e ativos de maior risco, e impacto praticamente nulo para os perfis conservadores, mais expostos a renda fixa.

“Os gestores terão mais instrumentos para construir carteiras mais eficientes e diversificadas”, diz Araújo. Para ele, com maior flexibilidade nos investimentos, será ainda mais importante a seleção pelo investidor dos produtos e do gestor. “Gestores independentes e mais especialistas devem ganhar espaço.”

Na avaliação do consultor, é muito importante acompanhar o rendimento do plano de previdência, uma vez que seu custo total é caro, considerando as taxas de administração e de carregamento (valor cobrado na entrada e na saída do recurso no plano). “Este ano, vários VGBLs vão render abaixo da inflação se considerado todos os custos”, alerta.

Segundo ele, os bancos cobram em média de clientes de varejo taxas de administração entre 1,5% e 2%, mais taxas de carregamento de entrada e de saída que podem chegar a 1%. “Planos de previdência são caros, então tem que ter rentabilidade”, diz.

A indústria de investimentos, e a de previdência em particular, batem muito na tecla da perspectiva de longo prazo ao avaliar a rentabilidade dos produtos. O diretor da Las Consultoria, no entanto, diz que o investidor precisa cobrar o gestor no curto prazo, pois após anos de má performance o estrago já estará feito e, aí, não adianta cobrar. Para resumir, ele lembra uma das frases mais famosas do economista inglês John Maynard Keynes: o longo prazo é apenas a sucessão de curtos prazos.

Fonte: Financista


Posts relacionados

Previdência Corporate, por Redação

Saiba quando vale a pena o casal fazer a declaração do IR em separado

Ainda que o mais recomendado seja que o contribuinte faça sempre uma análise comparativa entre as diferentes modalidades, declarar o Imposto de Renda em conjunto raramente costuma ser a opção mais vantajosa para o casal, segundo consultores ouvidos pelo G1,

Previdência Corporate, por Redação

Com atraso, INSS libera consulta ao novo valor da aposentadoria

Com atraso, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) libera nesta segunda-feira (21), a consulta ao novo valor da aposentadoria. O beneficiário que quiser saber para quanto subiu sua grana recebida do governo deve acessar o site da Previdência - veja o passo a passo no quadro abaixo.

Previdência Corporate, por Redação

Consignado: conselho de previdência social discute mudanças para evitar fraudes

O objetivo é oferecer mais segurança e transparência ao aposentado, além de garantir o funcionamento do próprio mercado de empréstimos, defende o presidente do INSS

Previdência Corporate, por Redação

Caixa lança plano de previdência com aplicação a partir de R$ 35

A ofensiva dos bancos públicos agora chega ao setor de previdência. A Caixa Seguros e Previdência anunciou redução das taxas de carregamento para zero dos fundos de previdência privada da instituição.

Previdência Corporate, por Redação

Previdência pode facilitar o seu futuro

Com o fim da vida profissional não é difícil encontrar pessoas preocupadas por não terem conseguido guardar dinheiro suficiente para compor sua renda mensal depois que se aposentaram.

Previdência Corporate, por Redação

Deficit da Previdência do funcionalismo vai superar R$ 60 bi em 2012

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, projetou que o deficit do regime de previdência dos servidores públicos federais superará R$ 60 bilhões em 2012.

Previdência Corporate, por Redação

Previdência privada: hora certa de investir é sempre agora, diz especialista

Quem pretende abater parte do imposto de renda de 2011 com um plano de previdência tem pouco tempo disponível. Isso porque, para garantir o benefício fiscal, o contribuinte tem até o último dia útil do ano para investir em um plano de previdência privada na modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).

Deixe seu Comentário:

=