Publicado por Redação em Notícias Gerais - 07/06/2017 às 17:32:34

Lava Jato faz disparar procura por seguros para patrimônio de executivos

A Operação Lava Jato impulsionou a procura por seguros que protegem o patrimônio do executivo caso decisões erradas tomadas por ele provoquem perdas financeiras para as empresas.

Esse aumento, porém, foi acompanhado de uma maior cautela das seguradoras na hora de fechar o negócio.

Entre 2014 –ano em que a operação da Polícia Federal foi deflagrada– e 2016, os valores pagos em apólices de seguros de D&O (Directors & Officers, ou diretores e executivos) subiram 62%, para R$ 381,6 milhões, de acordo com a Susep, regulador do mercado de seguros.

A evolução foi guiada pela procura maior pelo produto, e não somente pelo encarecimento das apólices, afirma Fernando Cirelli, superintendente de linhas financeiras da corretora BR Insurance.

O seguro existe há 20 anos no Brasil. Segundo ele, nos primeiros dez anos, havia cerca de mil apólices do produto. Hoje, o número está estimado entre 5.000 e 7.000.

As 20 maiores apólices respondem por cerca de 35% do valor total. Cerca de 15 seguradoras comercializam o produto, embora a líder detenha 50% do mercado, afirma Miguel Villela, vice-presidente de linhas financeiras da corretora de seguros JLT Brasil.

Esse seguro pode ser acionado se um diretor for alvo de um processo no qual corra o risco de indenizar terceiros por prejuízos financeiros causados por uma decisão tomada no exercício da função.

Em vez de desembolsar dinheiro próprio, ele usaria o limite dado pela seguradora. O maior custo desses processos é o pagamento de honorários advocatícios e com a defesa. É possível ainda cobrir indenizações e multas decorrentes da ação judicial.

A Lava Jato provocou quase uma corrida por esse tipo de seguro, diz Villela. "A operação afetou bastante os órgãos públicos e as empreiteiras, o que motivou grandes empresas a buscar esses produtos", afirma.

A ressalva a ser feita é que o seguro não cobre crime doloso -quando o executivo participava do ato de corrupção e teve enriquecimento ilícito, por exemplo.

SINAL AMARELO

Se ajudou a impulsionar esse seguro no Brasil, a Lava Jato também acendeu o sinal amarelo nas seguradoras. Dispararam os casos em que a empresa é acionada para pagar as coberturas previstas na apólice. No primeiro ano de Lava Jato, houve aumento de 450% em relação a 2013 –até 2016, a alta acumulada era de 492,5%.

Como reflexo, as seguradoras ergueram barreiras para a contratação do produto e passaram a incluir cláusulas de exclusão de cobertura para atos que lesem a administração pública ou privada.

Ou seja, a seguradora poderia recusar a cobertura caso ficasse comprovada corrupção. Empreiteiras, empresas com contratos com órgãos públicos e do setor de energia e infraestrutura começaram a ter de desembolsar mais para ter a proteção.

"A Lava Jato aumentou a insegurança. Houve impacto nos prêmios pagos pelo crescimento da sinistralidade. Mas isso é pontual", afirma Juliana Casiradzi, gerente da corretora Marsh Brasil.

Para Villela, a restrição não afeta pequenas e médias empresas. "Essas continuam contratando com facilidade e preços mais competitivos.

Fonte: Folha de São Paulo 


Tags: seguros


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Inflação semanal chega a 0,44% na 1º quadrissemana de setembro

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou alta de 0,44% na primeira quadrissemana de setembro, repetindo a mesma taxa de variação do fechamento de julho, informou Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta segunda-feira.

Notícias Gerais, por Redação

Projeto de Lei Orçamentária prevê expansão do PIB de 4,5% em 2013

O Projeto de Lei Orçamentária de 2013, divulgado nesta quinta-feira (30/9), prevê crescimento econômico de 4,5% no ano que vem, com Selic média a 8,03% no fim do ano.

Notícias Gerais, por Redação

Governo quer plano de banda larga com exigência de velocidades mínimas

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje que o governo estuda a reformulação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Notícias Gerais, por Redação

Velocidade de conexão dos aparelhos móveis deverá quadruplicar até 2015

A velocidade de conexão em dispositivos móveis será quatro vezes mais rápida em 2015 quando comparada a 2011, considerando a migração da tecnologia 3G para a 4G.

Notícias Gerais, por Redação

Porto Seguro tem lucro de R$ 192 milhões no 4º trimestre

A seguradora Porto Seguro encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 192,3 milhões, alta de 7% sobre um ano antes, em meio a uma alta da receita e no resultado financeiro.

Notícias Gerais, por Redação

Executivos estão otimistas em relação a investimentos em 2012

Os executivos de companhias brasileiras e multinacionais estão otimistas em relação aos investimentos em 2012, aponta estudo divulgado nesta quarta-feira pela empresa de recrutamento Michael Page.

Deixe seu Comentário:

=