Publicado por Redação em Notícias Gerais - 20/04/2012 às 14:58:01

Brics respondem por 6% da ajuda global, diz Banco Mundial

Os cinco países Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - respondem por pelo menos 6% de toda a ajuda oficial concedida no mundo - direcionada principalmente aos países de renda baixa -, segundo as estimativas do Banco Mundial divulgadas nesta sexta-feira.

Estima-se que o grupo mais influente das economias emergentes tenha contribuído com US$ 3,7 bilhões de ajuda financeira em 2009, o período mais atualizado para a comparação, dentro de um total de US$ 183,3 bilhões em ajuda. Em 2009, a China liberou US$ 1,9 bilhão, comparado a US$ 600 milhões em 2003.

A lista segue com Rússia (US$ 785 milhões), Índia (US$ 488 milhões), Brasil (US$ 362 milhões) e África do Sul (US$ 109 milhões).

Isto representa um terço do total da ajuda desembolsada por países fora do universo de doadores tradicionais, estima o relatório.

Diferentemente dos países desenvolvidos, que têm uma metodologia comum de medir ajuda financeira e comunicam seus números à Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os números dos Brics são difíceis de precisar.

Na quinta-feira, falando aqui em Washington, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que uma "estimativa modesta" da ajuda dos países emergentes para os mais pobres é US$ 15 bilhões por ano.

Relação de igualdade
Apesar das limitações no campo das estimativas, o Relatório de Monitoramento Global, um informe anual do Banco Mundial sobre o desenvolvimento no mundo, é firme ao indicar a "relação de igualdade" que caracteriza a relação entre emergentes e mais pobres.

O estudo nota que os recursos dos Brics são concedidos "através de uma combinação de financiamento condicional e incondicional"e "normalmente sem condições políticas".

Outras organizações - e os próprios países recipientes de ajuda - já ressaltaram esta relação de maior igualdade no trato com os Brics, em contraste com assistência acoplada a condições, muitas vezes difíceis e políticas, requeridas pelos doadores tradicionais.

O repertório dos países emergentes inclui perdões de dívida, empréstimos sem juros e linhas de crédito especiais.

Para os especialistas do Banco Mundial, este tipo de cooperação ressalta aspectos da relação doador receptor que incluem "complementaridades, recursos adicionais e know-how técnico".

Brasil
O caso brasileiro é um exemplo. Capitaneada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a ajuda do Brasil se dá sobretudo nos setores de agricultura, educação e saúde, tanto na América Latina quanto na África lusófona.

Vários projetos são realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa), que realiza cooperação técnica em inúmeros países e já é quase considerada, sob esse aspecto, um braço da diplomacia brasileira.

Em 2010, a contribuição do Brasil para projetos de alimentação mundial, para a reconstrução do Haiti e para projetos de cooperação técnica, entre outras finalidades, chegava a US$ 1,2 bilhão, nos cálculos da revista britânica Economist.

Proliferação de atores
Comparado com o da década de 90, o cenário de doadores - ou de prestação de assistência - hoje é de proliferação.

O principal grupo de doadores, os países desenvolvidos, ainda está concentrado no Comitê de Assistência ao Desenvolvimento (DAC, na sigla em inglês), da OCDE. Em 2011, o total de ajuda concedida por esses países foi de US$ 133,5 bilhões.

Naquele ano, segundo a OCDE, outro grupo de países emergentes que não são doadores tradicionais, como os países árabes, Rússia, China, Taiwan e países do leste Europeu, desembolsaram cerca de US$ 7,2 bilhões em ajuda.

Mas como ressalta o relatório, a grande mudança no panorama da ajuda internacional nas últimas duas décadas foi o surgimento das organizações não-governamentais. No ano passado, segundo uma estimativa citada no relatório, essas entidades doaram US$ 52,5 bilhões para os países de renda média e baixa.

Um dos efeitos posivitos deste envolvimento é o reforço dos pedidos de mais transparência nas transações de ajuda financeira, afirma o relatório.

Mas apesar dos "inúmeros benefícios" da ampliação da base de doadores, isto "também coloca novos desafios importantes, incluindo um aumento dos custos administrativos e de transações tanto para doadores quanto recipientes".

Hoje, muito mais que há duas décadas, os países recipientes de ajuda lidam com um número crescente de fontes de financiamento, o que incrementa os custos duplicados de adminstração, e o valor de cada projeto é menor.

Crise
O relatório alerta para os efeitos da crise econômica sobre os fluxos de ajuda financeira e sobre os países que dependem deles. Entre 2005 e 2010, estes recursos preencheram 60% das necessidades de financiamento dos países de renda baixa.

Ao mesmo tempo, alertou o Banco Mundial, o progresso dos países em desenvolvimento foi seriamente afetado pela volatilidade nos preços dos alimentos. Para o especialista do FMI sobre o tema, Hugh Bredenkamp, "a frágil economia global pode muito bem desacelerar os progressos dos países em desenvolvimento no campo do desenvolvimento humano".

"As posições fiscais, de dívida e de conta corrente, particularmente para os países de renda baixa, foram enfraquecidas pela crise financeira global".

Fonte: Terra


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Intenção do paulistano de buscar financiamento tem queda de 9,8%

A intenção do paulistano para buscar financiamento teve queda de 9,8% em abril, aponta estudo divulgado nesta quinta-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Notícias Gerais, por Redação

Lei muda mercado de cuidador de idosos

Famílias vão optar por levar idosos para instituição, prevê presidente de associação    

Notícias Gerais, por Redação

Governo cogita taxa de juros abaixo de 8% até agosto

Integrantes do governo Dilma consideram que o agravamento do clima de incerteza na Europa cria condições para que a taxa de juros anual termine 2012 abaixo de 8%.

Deixe seu Comentário:

=