Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 21/02/2011 às 16:41:24
Jogos eletrônicos estimulam recuperação de pacientes
O videogame já foi inimigo da saúde, culpado por obesidade, sedentarismo e até por incentivar a violência. Mas alguns hospitais notaram que ele pode ajudar a recuperar desde lesões na medula até transtornos do impulso.
Foi o caso de um hospital de Barcelona, na Espanha, que desenvolveu o jogo "Islands", para tratar pessoas com comportamentos compulsivos, como vício em jogos e distúrbios alimentares.
Sensores captam as reações fisiológicas do jogador e ele só prossegue se agir com autocontrole diante dos desafios propostos no jogo.
No Brasil, a rede Lucy Montoro, ligada à Secretaria Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, tem uma proposta similar, mas voltada a quem tem problemas motores.
Na unidade da Vila Mariana, fisioterapeutas usam jogos como "Wii Fit" "Wii Sports" como complemento da terapia tradicional em pacientes com derrame.
Os jogos, para Nintendo Wii, são vendidos para o público geral, mas os médicos notaram que as tarefas exigidas, como se equilibrar e executar posições de ioga, podem ser terapêuticas.
ESTÍMULO
"No Wii, os pacientes vêm mais interessados em participar da terapia", diz o fisioterapeuta Pedro de Castro.
Na unidade do Morumbi, a terapia ocupacional atende 2.000 pacientes por mês, muitos deles com jogos.
O "Eye Toy", do Play Station 2, é um deles. A câmera registra a imagem do jogador e a projeta no monitor. Ele mexe os braços para defender o gol ou montar um sanduíche, dependendo do jogo.
"Na terapia tradicional, a pessoa passa bolinhas de um lado para o outro dez vezes, fica cansada. No videogame, ela executa as tarefas sem perceber", diz Thaís Terranova, terapeuta ocupacional.
Ela afirma, contudo, que os jogos não substituem os métodos tradicionais. Habilidades como as que exigem relaxamento dos músculos ou contato físico entre médico e paciente não são supridas na realidade virtual.
Jogos para recuperar funções mentais também têm limitações.
O "Brain Age", para Nintendo DS, tem como base o livro "60 Dias para Aumentar o Poder da sua Mente", do neurocientista japonês Ryuta Kawashima. Ele defende que exercícios diários de raciocínio e memória melhoram o desempenho cerebral.
Para Sônia Brucki, da Academia Brasileira de Neurologia, só o game não basta. "É necessário diversificar as atividades, socializar e praticar exercícios físicos para fortalecer a atividade cognitiva."
GOLEIRO
Leandro Simioni, 36, ex-jogador de futebol profissional em times da Alemanha e de Israel, sofreu um acidente de moto no começo de dezembro ficou sem movimentos nas pernas. Antes atacante, ele assumiu o papel de goleiro no videogame.
Internado na unidade do Morumbi do Lucy Montoro, ele testou o equipamento Eye Toy na última sexta-feira.
Seu objetivo era defender bolas e melhorar a mobilidade do tronco. "Nem percebi que estava na terapia, de tão concentrado nos pontos."
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 21.02.11
Posts relacionados
Capacidade de rever as próprias metas melhora qualidade de vida
A maioria das pessoas organiza suas vidas estabelecendo objetivos para si mesmas.
Governo vai pagar diária de R$ 300 para hospital tratar dependente químico
O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (1º) uma portaria com as regras para o repasse de verba extra para a criação de 3.508 leitos em enfermarias especializadas no atendimento de dependentes químicos, como viciados em crack, álcool e outras drogas.
Pacientes enfentam superlotação e falta de higiene em hospitais públicos
Em um hospital público de Natal, a limpeza sobra para os acompanhantes de pacientes. Os corredores são imundos. Com a falta de limpeza provocada pela greve dos servidores, que já dura 15 dias, a proliferação de insetos é grande
Anvisa decide retirada de emagrecedores do mercado nesta terça
A decisão sobre a proibição da venda de medicamentos emagrecedores no país deve sair nesta terça-feira (4) durante reunião da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O encontro começa às 8h30 na sede do órgão.