Publicado por Redação em Notícias Gerais - 10/06/2011 às 12:11:17

Economia e Política Econômica: o padrão de crescimento em 2011

O resultado do PIB do primeiro trimestre foi positivo. A economia avançou 1,3% com relação ao último trimestre do ano passado, contra apenas 0,8% no trimestre anterior. Não foi só isso. A indústria melhorou e a agropecuária também, enquanto o setor de serviços manteve sua liderança no crescimento global. O investimento evoluiu bem mais e o consumo bem menos do que vinha ocorrendo, sugerindo que a inflação maior desse ano decorre mais do “choque” de commodities e de fatores pontuais do que de um maior aquecimento da economia, embora o nível da atividade continue alto.

Os novos dados do PIB também já dizem algo sobre o perfil do crescimento em 2011. O crescimento econômico atual, na faixa de 4%, pode prevalecer para o restante do ano. Trata-se de uma trajetória moderada, bem inferior a de 2010 (7,5%) e que tem à frente o setor de serviços (expansão de 4%) onde o comércio cresce mais (5%). Só depois aparece a indústria (3,5%) e a agropecuária (3%), mas nesse caso, é provável que o resultado melhore. O detalhe é que dentro da indústria, a manufatura tem desempenho muito inferior: 2,5%.

Em suma, a economia deve ser puxada pelos setores de bens não transacionáveis com um dinamismo apenas modesto da transformação industrial. Se isso se confirmar, o ano de 2011 estará contribuindo para reforçar a tendência da “especialização” precoce da economia brasileira em uma “economia de serviços”.

No provável padrão de crescimento do ano, aparece ainda com destaque a moderação do consumo com avanço que pode ser inferior aos 6% com que evoluiu no primeiro trimestre de 2011. As despesas de consumo das famílias aumentaram muito no período de recuperação à crise, culminando com uma elevação real de 7,5% no último trimestre do ano passado. A desaceleração é obra das “medidas macroprudenciais” que, independentemente dos juros básicos, contiveram o crédito para as pessoas físicas. Ao contrário do que muitos diziam, as políticas do governo nessa área funcionaram e hoje colaboram para conter o consumo.

No investimento, a expansão no primeiro trimestre, próxima a 9%, pode se consolidar no ano como um todo se os empresários não refrearem seus planos de inversão temendo uma desaceleração maior da economia. A nosso ver, o crescimento na casa de 4% ameniza o risco de um retrocesso forte das inversões, mas há outro problema a ser levado em conta: a confiança dos empresários não pára de cair em razão do grande ímpeto das importações favorecidas pelo câmbio. A política econômica precisa ter presente que é muito difícil reerguer os investimentos após uma frustração das expectativas empresariais e, por isso, deve evitar uma desaceleração maior do PIB, assim como a valorização excessiva da moeda.

De resto, o ano de 2011 deverá reproduzir o fosso entre uma progressão relativamente pequena das exportações de bens e serviços e um dinamismo muito maior das importações, o que não é nada bom, pois quase sempre esse padrão leva, cedo ou tarde, a crises cambiais.

Fonte: www.saudeweb.com.br | 10.06.11


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Governo central tem superávit primário recorde para janeiro

O governo central - formado por governo federal, Banco Central e Previdência Social - registrou superávit primário de R$ 26,146 bilhões em janeiro, o melhor resultado para esses meses, de acordo com a série histórica do Tesouro Nacional iniciada em 1997.

Notícias Gerais, por Redação

Brasil fica no 6º lugar de país com mais empresários otimistas

Os empresários no Brasil estão otimistas em relação à economia do País para os próximos 12 meses. Segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pela da consultoria Grant Thornton International, 77% dos empresários locais estavam otimistas no quatro trimestre do ano passado,

Notícias Gerais, por Redação

FMI garante US$ 456 bi em recursos, com ajuda do Brasil

O Fundo Monetário Internacional informou nesta terça-feira que levantou US$ 456 bilhões em novos recursos para enfrentar a crise depois que mais 12 países, incluindo os membros dos Brics (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul) prometeram capital para ampliar o caixa do FMI.

Deixe seu Comentário:

=