Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 04/01/2012 às 11:58:27

Derrubada decisão que obrigava SUS a fazer implante nos dois ouvidos

A Defensoria reclama que o SUS não arca com as despesas de manutenção do aparelho no pós-operatório, o que torna a cirurgia “inócua por falta de recursos financeiros dos pacientes”

O Sistema Único de Saúde (SUS) não terá mais que fazer implantes auditivos duplos em pacientes surdos, segundo havia determinado a Justiça Federal no Rio de Janeiro em outubro. A decisão do juiz de primeiro grau, que atingia todo o país, foi revista em dezembro pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), mas a informação foi divulgada apenas nesta segunda-feira (2) pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Desde 2000, o SUS vem custeando implante auditivo, em apenas um dos ouvidos, para pessoas surdas, repassando cerca de R$ 45 mil por paciente. Pela cirurgia, insere-se uma prótese no ouvido interno criando o chamado “ouvido biônico”. A prótese é indicada para pessoas com surdez total ou quase total, que não conseguem ser atendidas pelo uso de aparelhos auditivos convencionais, que apenas amplificam o som.

A questão foi judicializada por meio de uma ação da Defensoria Pública da União (DPU), que acredita não haver justificativa para que o implante ocorra apenas em um ouvido, o que gera prejuízos à plena audição e à qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a Defensoria reclama que o SUS não arca com as despesas de manutenção do aparelho no pós-operatório, o que torna a cirurgia “inócua por falta de recursos financeiros dos pacientes”.

Entendendo haver urgência no pedido, o juiz de primeiro grau, Iorio Forti, acatou liminarmente o entendimento da DPU e determinou que o SUS se responsabilizasse pelos gastos do pós-operatório dentro de quatro meses. Também determinou que, dentro de dez meses, o SUS passasse a fazer implantes bilaterais em pelo menos 30% dos pacientes operados até agora, cerca de 2 mil.

Inconformada, a União entrou com um recurso no TRF2 alegando que o juiz invadiu competência do Executivo ao alterar a política de implantes auditivos, o que acarretaria altos custos sem comprovação dos benefícios médicos. O argumento foi acolhido pelo tribunal, que entendeu que “há que se conciliar a capacidade de planejamento orçamentário do Estado com a necessidade de pleno atendimento da saúde”. A questão ainda deverá ser analisada no mérito.

Fonte:saudeweb.com.br|04.01.12


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Profissionais da Força Nacional do SUS são treinados para situação de desastre

Cerca de 320 profissionais que integram a Força Nacional do Sistema Único de Saúde serão treinados a partir desta quinta-feira até o próximo dia 21 sobre a prática de gestão da saúde em situação de desastres e atividades em grupo.

Saúde Empresarial, por Redação

Cientistas descobrem novo gene relacionado ao desenvolvimento do cérebro

Uma parceria multidisciplinar entre pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos,

Saúde Empresarial, por Redação

Rede social exclusiva para médicos

A rede social "Doctor Way" integra a comunidade médica e disponibilizar ferramentas de uso diário em um só local. A plataforma foi criada para os médicos compartilhar suas experiências clínicas em larga escala, aprender uns com os outros e enriquecer a prática médica.

Saúde Empresarial, por Redação

31 milhões de beneficiários de planos são cadastrados no Cartão SUS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) recebeu os números do Cartão Nacional de Saúde (CNS) de 31 milhões de consumidores gerados pelo Ministério da Saúde.

Deixe seu Comentário:

=