Publicado por Redação em Notícias Gerais - 10/09/2014 às 10:16:18

Bovespa recua com incertezas na corrida presidencial

A bolsa brasileira chegou nesta terça-feira ao seu quinto pregão consecutivo de baixa, acumulando perda de 5,2% desde o pico deste ano, de 61.895 pontos, registrado na terça-feira da semana passada.

O dia foi mais uma vez marcado pela intensa volatilidade, com investidores reagindo às pesquisas eleitorais, enquanto monitoram a piora do cenário internacional. No ambiente doméstico, a mudança da perspectiva da nota de risco de crédito do Brasil, de estável para negativa, pela agência Moody’s acrescentou mais um ingrediente de incentivo à venda de ações.

O evento mais aguardado do dia, a pesquisa CNT/MDA, mostrou uma ligeira piora nas intenções de voto de Marina Silva (PSB) em relação a Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. No entanto, o recuo foi mais ameno do que se especulava ontem no mercado.

No primeiro turno, segundo a CNT/MDA, Dilma tem 38,1% das intenções de voto (na pesquisa anterior ela tinha 34,2%), contra 33,5% de Marina (28,2% na pesquisa anterior) e 14,7% de Aécio (16,0% na anterior). No segundo turno, Marina venceria com 45,5%, mas está tecnicamente empatada com Dilma, que tem 42,7%. O mercado aguarda mais três pesquisas nesta semana: Datafolha, Vox Populi e Ibope.

Já a Moody’s foi visto por analistas como um “não evento”, interferindo muito pouco no rumo dos ativos. Um analista comentou que a Moody’s “chegou atrasada”. “A S&P cortou o rating do Brasil em 24 de março por causa desses e outros fatores. Agora, a Moody’s apenas mexeu na perspectiva, sem alterar a nota.” O rating soberano permanece em “Baa2”.

Entre os fatores enumerados pela agência de classificação de risco estão a expectativa de crescimento fraco da economia no curto prazo e a baixa confiança de empresários e investidores.

O mau humor nos mercados internacionais também colaborou para manter a Bovespa pressionada. Investidores mostram cautela diante de dúvidas sobre o futuro da política monetária, especialmente nos Estados Unidos. Estudo divulgado ontem pelo Fed de São Francisco alertou que o mercado pode estar otimista demais a respeito do início do aument o dos juros no país. Hoje, foi a vez do presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, afirmar que os juros no Reino Unido podem subir em breve.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,87%, aos 58.676 pontos, com giro de R$ 8,937 bilhões. As ações do “kit eleição” – mais sensíveis às pesquisas e rumores eleitorais, oscilaram muito, mas terminaram o pregão novamente em baixa, embora as perdas tenham sido bem mais amenas do que o tombo de até 5% registrado ontem: Petrobras PN (-1,01%, a R$ 21,48), Banco do Brasil ON (-0,43%, a R$ 32,35) e Eletrobras ON (-2,80%, a R$ 7,29).
Entre os bancos, Itaú PN (-1,54%, a R$ 38,90) e Bradesco PN (-1,33%, a R$ 39,22) fecharam no vermelho, enquanto Santander Unit (0,70%, a R$ 15,80) resistiu em leve alta. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) co ncedeu registro para a oferta pública de troca de units e ações para saída do nível 2 de governança corporativa da Bovespa e de distribuição primária de BDRs do Santander Espanha. Segundo comunicado ao mercado, a autarquia também concedeu registro para o programa patrocinado nível 3 dos BDRs do banco espanhol. O registro é parte dos trâmites para a oferta lançada pelo Santander em abril.

A lista de maiores baixas do Ibovespa trouxe Oi PN (-6,28%), Copel PNB (-4,46%) e PDG Realty ON (-4,16%). Na ponta positiva ficaram TIM ON (2,10%), Qualicorp ON (1,99%), Vale ON (1,81%) e Vale PNA (1,33%).

Depois de subirem mais de 6% ontem, as ações da TIM voltaram a avançar hoje, embaladas pela expectativa de troca de controle. Os rumores se dividem entre uma oferta conjunta das concorrentes Oi, Claro e Vivo ou de uma oferta independente da mexicana América Móvil, dona da Claro.

As ações ON e PNA da Vale se recuperaram de uma longa sequência de baixas nas últimas semanas. Somente a Vale irá registrar fluxo de caixa operacional positivo entre as mineradoras brasileiras, tendo em vista o bai xo preço do minério de ferro, na casa de US$ 84 por tonelada, estima o Goldman Sachs.

“Em nossa opinião, a baixa rentabilidade das mineradoras de pequeno e médio portes poderia ser uma barreira para o crescimento do volume de exportação do Brasil no curto prazo e pode colocar pressão sobre as taxas de serviços ferroviários e portuários locais”, afirmam os analistas Diogo Miura, Marcelo Aguiar e Humberto Meireles.

“Nossa análise indica que a CSN, Usiminas e Gerdau teriam perdas ao exportar minério de ferro aos preços atuais e, considerando os custos de produção do segundo trimestre, esses produtores teriam o potencial para exportar 43 milhões de toneladas por ano a partir de hoje assumindo a disponibilidade dos portos.”

Fonte: (Téo Takar | Valor)


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