Publicado por Redação em Previdência Corporate - 17/08/2011 às 10:46:00
Veto à LDO pega aposentados e pensionistas de surpresa
SÃO PAULO – Anunciado na última segunda-feira (15), o veto do artigo da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que assegurava recursos para reajustes reais, superiores à inflação, dos benefícios da Previdência Social, deixou as associações de aposentados descontentes.
A decisão da presidente Dilma Rousseff pegou as entidades da classe de surpresa. “Essa mudança nos pegou de surpresa, pois o governo está ajudando os empresários, mas não ajuda os aposentados”, afirma o presidente do Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Warley Martins Gonçalves.
De acordo com o presidente da Fapesp (Federação das Associações e Departamentos de Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de São Paulo), Antônio Alves da Silva, o veto fere os direitos dos aposentados e o reajuste deveria estar previsto no orçamento. “Foi um absurdo [o veto], os aposentados estão pagando pelos erros do governo. Deveria estar previsto no orçamento, mas sem verificar se havia dinheiro, o reajuste já foi vetado pela presidente”, explica.
O presidente da Fapesp também explica que eram esperadas negociações por parte do governo antes da decisão. “Durante a campanha, a Dilma nos prometeu que haveria negociação para o reajuste, mas ela não cumpriu”, afirma.
Também descontente com a decisão, o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, explica que o fato indignou a classe. “Ficamos indignados, a presidente tirou dinheiro da previdência para dar para os empresários, e agora temos que ouvi-la dizer que o governo não tem dinheiro para dar para os aposentados”, completa.
A falta de dinheiro do governo para financiar o reajuste da aposentadoria a que se referem os presidentes das associações e sindicatos da classe se deve, de acordo com eles, ao Plano Brasil Maior, anunciado no início de agosto, que visa a desoneração na folha de pagamento de alguns setores industriais.
Manifestações
Para tentar mudar o veto, as entidades da classe dos aposentados e pensionistas vão realizar algumas manifestações para que a decisão da presidente possa ser negociada.
Além das manifestações, que serão realizadas em todo Brasil até dezembro, a Cobap ainda pretende se reunir com senadores e deputados. “No dia 1º de setembro, em Brasília, vamos nos reunir com senadores e deputados para apresentar algumas propostas em relação ao veto”, afirma Gonçalves.
A Fapesp pretende, também, fazer contatos com senadores e deputados, além de já ter um cronograma de manifestações. “Vamos cobrar dos políticos as responsabilidades cabíveis. Além disso, de 19 a 22 de setembro, vamos realizar ações nas ruas de Rio Claro, no interior de São Paulo, para lutar por nossos direitos”, explica Silva.
O Sindicato Nacional dos Aposentados também tentará negociar com o governo. “Vamos tentar negociar para que seja votada uma proposta melhor, pois precisamos de um novo índice de reajuste. Não queremos nada além dos nossos direitos, queremos manter nosso poder de compra. Criaremos campanhas para conscientizar os aposentados e pensionistas a nos ajudarem a pressionar o congresso”, afirma Inocentini.
O poder de compra ao qual Inocentini se refere é em relação aos ajustes de medicamentos e planos de saúde. “Se ganhamos R$ 50 de aumento e o medicamento, principalmente os de uso contínuo, aumenta mais que a inflação, o reajuste é gasto no aumento do medicamento. A mesma coisa acontece com os planos de saúde”, explica.
Fonte: web.infomoney.com.br | 17.08.11
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