Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 03/05/2011 às 12:45:26

Válvula de tecido humano é eficaz em cirurgia de coração

Pesquisadores da PUC do Paraná desenvolveram uma técnica para diminuir o risco de rejeição em transplantes de válvulas cardíacas.  
 
Essas cirurgias são necessárias quando há alguma doença que prejudica o bombeamento do sangue, levando à insuficiência do órgão.  
 
Hoje, para corrigir a falha, são usadas peças de metal ou feitas de tecido animal (de porco ou de boi).  
 
Na nova técnica, são implantadas válvulas de doadores humanos mortos, processadas em uma solução que retira as células e deixa apenas fibras de colágeno e fibras elásticas.  
 
Esse enxerto é muito mais seguro e dura mais tempo, diz o cirurgião Francisco Diniz da Costa, da PUC-PR. "Quem coloca uma válvula de metal precisa tomar medicamento anticoagulante pelo resto da vida. Em dez anos, 25% dos pacientes têm alguma complicação."  
 
As próteses de animais perdem a função com o tempo. Isso leva a novas operações.  
 
A técnica já foi aplicada em 200 pacientes da Santa Casa de Curitiba. O acompanhamento de 41 deles, por cinco anos, rendeu um artigo publicado no "Annals of Thoracic Surgery".  
 
No estudo, os autores concluem que os resultados iniciais são promissores, mas que é necessário mais tempo de acompanhamento.  
 

CRIANÇAS  
 
Algumas doenças que causam problemas nas válvulas cardíacas são febre reumática, artrite reumatoide e malformações congênitas, que afetam crianças.  
 
São elas que mais se beneficiam com os implantes de tecido humano.  
 
"Não tem como usar válvula de metal em criança, e a de animal se calcifica, porque o metabolismo do cálcio em crianças é muito acelerado", afirma Pablo Pomerantzeff, cirurgião cardíaco do Hospital das Clínicas de SP.  
 
Uma válvula implantada em crianças, em geral, dura menos de cinco anos. Já a válvula de tecido humano processado é "repovoada" por células do paciente. Em cinco anos de estudo, nenhuma se calcificou.  
 
O cirurgião cardíaco José Pedro da Silva, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, usa as válvulas do grupo paranaense em crianças.  
 
"Fizemos pelo menos três cirurgias. Com os resultados que temos, já posso dizer que é melhor que as outras alternativas. Precisamos de mais tempo para saber o quanto é melhor."  
 

TECNOLOGIA SERÁ EXPORTADA  
 
Neste mês, a PUC-PR firmou um acordo com uma empresa inglesa, a Tissue Regenix, que levará a tecnologia de processamento das válvulas humanas para a Europa.  
 
A empresa pretende comercializar a tecnologia em vários países, menos por aqui, onde as válvulas não podem ser vendidas ""só o processamento é cobrado.  
 
O banco de válvulas de Curitiba, que fica na Santa Casa, é o único do Brasil autorizado pelo Ministério da Saúde. O centro recebe corações de 18 Estados do país e distribui as válvulas.  
 
Além das estruturas sem células, o banco também distribui válvulas congeladas.  
 
Por ano, são feitas cerca de 20 mil cirurgias desse tipo no Brasil, segundo o cirurgião Francisco Costa. A maioria usa tecido animal (de porco ou de boi).  
 
Uma parte ainda usa válvulas mecânicas e 3% usa enxertos humanos congelados.
 

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 03.05.11


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Instituto Estadual do Cérebro terá custeio do Ministério da Saúde

Recursos de R$ 45,3 milhões/ano serão aplicados na manutenção do Complexo Hospitalar integrado pelo Instituto Estadual do Cérebro e o Hospital Estadual Anchieta

Saúde Empresarial, por Redação

ANS define princípios para oferta de medicamentos

A medida, publicada nesta quarta, se refere à medicação de uso domiciliar para portadores de doenças crônicas, com o objetivo de deixar as regras mais claras para o beneficiário

Saúde Empresarial, por Redação

Exame que detecta anemia falciforme entra na lista de pré-natal do SUS

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (8) a inclusão do exame de eletroforese de hemoglobina na lista de procedimentos pré-natais realizados no SUS (Sistema Único de Saúde).

Saúde Empresarial, por Redação

Indústria brasileira da saúde exporta US$ 338 mi

Segundo o diretor da Abimo, José Augusto Queiróz, devido a fortes investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento, o Brasil vem conseguindo conquistar novos mercados

Deixe seu Comentário:

=