Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 06/09/2011 às 11:35:05

USP está entre as melhores do mundo em medicina

A performance das universidades latino-americanas teve uma forte melhora no ranking QS World University de 2011, publicado nesta segunda-feira (05/09). O ranking britânico aponta as 300 melhores universidades do mundo a partir de seis indicadores. O destaque na área de medicina ficou com a USP, que obteve o melhor desempenho nas diferentes áreas do conhecimento. Em alguns casos, está entre as 100 melhores do mundo, como em Ciências da Vida e Medicina (70º), em Humanidades (80º), em Ciências Exatas e da Terra (86º) e em Engenharia (97º).

No geral, a Universidade de São Paulo (USP) ficou em 169º, subindo 84 posições em relação a 2010 e pela primeira vez está entre as 200 melhores. A Unicamp subiu 57 pontos e aparece na 235ª posição.

Outras três universidades latino-americanas aparecem entre as 300 do ranking: Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), que subiu da 222ª para a 169ª posição em 2011, empatando com a USP em primeiro lugar no continente. A Pontifícia Universidade Católica do Chile passou de 331º para 250º. A Universidade do Chile, que estava em 367º lugar em 2010, passou para o 262º.

Pelo segundo ano consecutivo, o ranking foi liderado pela Universidade de Cambridge (Reino Unido). Em seguida estão as norte-americanas Harvard, Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) e Yale e a britânica Oxford.

De acordo com Ben Sowter, da QS (Quacquarelli Symonds), empresa especializada na produção de informações e estatísticas para o ensino superior, embora o ranking só publique as 300 primeiras colocações, é possível verificar que entre as 500 melhores do mundo há 17 universidades latino-americanas, do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai. “Há mais universidades latino-americanas que nunca entre as top 500”, disse Sowter.

Na metodologia utilizada pela QS, cerca de 2 mil universidades são consideradas e mais de 700 entram na avaliação para o ranqueamento das 300 melhores.

Dos seis indicadores utilizados, o mais importante é o de “Reputação acadêmica” (40% da avaliação). Os outros critérios são “Citação por docente” (20%), “Razão de estudante por docente” (20%), “Reputação junto ao empregador” (10%), “Internacionalização do corpo discente” (5%) e “Internacionalização do corpo docente” (5%).

De acordo com Marco Antônio Zago, pró-Reitor de Pesquisa da USP, a peformance apresentada pela maior universidade brasileira no QS World University é coerente com o que foi indicado por outros rankings publicados em 2011, como o Webometrics e o Academic Ranking of World Universities (ARWU).

“Cada ranking mede um aspecto específico ao privilegiar determinados critérios. Mas a USP subiu várias posições em todos os que foram publicados até agora e podemos dizer que, no conjunto, eles apontam de maneira bastante consistente uma tendência de melhora na posição da universidade. Ficar entre as 200 primeiras é algo bastante expressivo”, disse à Agência FAPESP.

Segundo Zago, a escalada da USP e da Unicamp acompanha uma tendência de melhora na qualidade da produção científica em todo o Estado de São Paulo.

“Esses resultados mostram que o ambiente de ciência e tecnologia está melhorando no estado. Além de contar com o apoio da FAPESP, as universidades têm aplicado recursos próprios em pesquisa e em políticas de formação de recursos humanos”, destacou.

Outro fator que contribui com o bom desempenho das universidades paulistas, segundo Zago, é que os critérios do ranking da QS privilegiam a ascensão na carreira universitária e no mundo acadêmico que são vinculados ao mérito e não a aspectos políticos. “No universo acadêmico paulista há uma tendência de predominância do mérito”, disse.

O ranking QS World University também classifica a performance das universidades nas diferentes áreas do conhecimento. Em algumas delas, a USP teve desempenho ainda melhor do que o conseguido na classificação geral, segundo Zago. Em alguns casos, está entre as 100 melhores do mundo, como em Ciências da Vida e Medicina (70º), em Humanidades (80º), em Ciências Exatas e da Terra (86º) e em Engenharia (97º)

“À primeira vista pode parecer estranho que estejamos entre as 100 melhores em todas essas categorias e apenas entre as 200 melhores na classificação geral. A explicação para isso é provavelmente que muitas das universidades têm altíssima competência em uma área específica, mas são focadas exclusivamente nelas –assim, acabam excluídas quando se observa a classificação por área em um setor no qual elas não atuam”, explicou.

Em Ciências da Vida e Medicina, segundo Zago, a excelente performance da USP se explica principalmente pela excelência da comunidade científica paulista nessa área. “Basta ver que é a área que recebe maiores investimentos da FAPESP – não por conta de uma política deliberada da Fundação, mas pela alta demanda qualificada existente”, disse.

A Unicamp, em 235º lugar na classificação geral, está em 270º em Ciências da Vida e Medicina, em 170º em Artes e Humanidades, em 152º em Ciências Exatas e da Terra e em 152º em Engenharias.


Reputação acadêmica

Segundo Ronaldo Pilli, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, o ranking da QS, ao eleger a “reputação acadêmica” como critério principal adquire um viés que privilegia as instituições mais conhecidas mundialmente.

“Em qualquer parte do mundo, quando se pergunta a um acadêmico quais são as três melhores universidades do planeta, é natural que ele vá citar Cambridge, Oxford, Harvard e outras instituições de grande tradição. Não é à toa que elas dominam o ranking”, disse.

Apesar da ressalva, Pilli avalia que estar entre as 300 melhores universidades do mundo é algo significativo para a Unicamp. “O ponto mais importante para nós é esse progresso de quase 60 pontos na classificação, que reflete vários esforços que estamos fazendo na universidade, especialmente no que diz respeito à qualificação do nosso corpo de pesquisadores”, afirmou.

O pró-reitor lembra que o ranking da QS se baseia na base de dados Scopus para avaliar a quantidade de publicações indexadas vinculadas a cada universidade, a fim de estabelecer o indicador de “Citação por docente”. “Temos publicações indexadas no Scopus em número muito significativo para o tamanho do nosso corpo docente. Certamente esse critério nos projetou no ranking”, apontou.

Outro fator que provavelmente contribuiu com a escalada da Unicamp nos diversos rankings, segundo Pilli, é um contínuo aperfeiçoamento das informações fornecidas às agências que produzem essas classificações.

“No último ano houve um esforço da FAPESP, em conjunto com as universidades paulistas, para informar com mais propriedade e clareza o investimento feito em pesquisa”, disse Pilli.

Segundo ele, durante muitos anos o orçamento de pesquisa informado pelas universidades era baseado somente nos recursos captados junto às agências de fomento.

“No último ano passamos a incorporar ao cálculo a porcentagem do tempo dos pesquisadores que é pago pela universidade em função de seu trabalho de pesquisa. Isso não influenciou muito no ranking da QS, focado na reputação acadêmica, mas pesa bastante para os outros, que consideram o orçamento de pesquisa”, afirmou.

Segundo ele, a escalada no ranking da QS reflete uma melhora da qualidade das atividades da Unicamp e uma maior visibilidade da instituição.

“Essa performance também reflete as atividades de internacionalização que estão em curso na universidade e que visam aumentar a mobilidade internacional da graduação ao pós-doutorado, passando pelo corpo docente”, afirmou.

Fonte: www.saudebusinessweb.com.br | 06.09.11
 


Seguro Auto

Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Poluição do ar pode aumentar risco de insuficiência cardíaca e câncer de pulmão

Novos estudos mostram que pequenos aumentos nos níveis de poluentes podem elevar as chances de desenvolvimento dessas doenças

Saúde Empresarial, por Redação

Nos últimos dez anos, Brasil tem déficit de 54 mil médicos

Dos 13 mil profissionais pedidos pelas prefeituras para áreas carentes, apenas 3.800 foram contratados pelo programa que paga R$ 8 mil e concede bônus para carreira de especialista

Deixe seu Comentário:

=