Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 11/02/2011 às 08:33:06

Teleconsultoria reduz encaminhamentos de pacientes

Iniciativa reduz gastos públicos em saúde e leva mais conforto aos pacientes de municípios de pequeno porte.
 
A teleconsultoria em saúde, sistema pelo qual equipes do programa Estratégia Saúde da Família obtêm apoio remoto de especialistas de universidades, tem reduzido os encaminhamentos de pacientes a hospitais do interior do País. O estado de Minas Gerais desponta na utilização dessa ferramenta no atendimento à saúde.
 
As primeiras iniciativas em telessaúde - recurso que possibilita uma série de iniciativas em saúde à distância - surgiram em 2003 por meio do projeto @alis. O programa - financiando pela União Européia e aplicado em alguns países da América Latina - foi o estopim para as ações desenvolvidas atualmente no Brasil.
 
Hoje, dois programas são referência em teleconsultoria no Brasil. São eles: Rede Rede Universitária de Telemedicina (Rute), coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) - voltado para aprimorar a infraestrutura de comunicação para telessaúde nos hospitais universitários; e o Programa Nacional de Telessaúde, do Ministério da Saúde - focado no suporte da atenção primária. Apesar de objetivos distintos, ambos trabalham de forma integrada.
 
Economia de recursos
 
Minas Gerais já contabiliza resultados importantes no uso da teleconsultoria. A médica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), Maria Beatriz Moreira Alkmim, com sua tese de mestrado intitulada "Fatores Associados à Utilização de Sistema de Teleconsultoria na Atenção Primária de Municípios Remotos de Minas Gerais", constatou que o uso do sistema evitou o encaminhamento de pacientes em 80% dos casos analisados no mês de janeiro de 2011 no HC/UFMG. O resultado é proveniente de uma amostragem de 607 municípios de Minas Gerais, que fazem parte do programa. 
 
Neste caso, o apoio remoto é feito pelo serviço de teleconsultoria do Centro de Telessaúde do HC/UFMG, juntamente com outras cinco universidades que compõe a rede mineira de teleassistência. 
 
Os investimentos para o projeto, até o momento, foram de aproximadamente R$ 15 milhões: R$ 11 milhões do Estado, R$ 04 milhões do Ministério da saúde e R$ 250 mil da Rute. 
 
Segundo o coordenador da RNP, a solução gera mais conforto ao enfermo e reduz os custos do sistema público de saúde e das prefeituras municipais. Para se ter uma ideia, em média, o encaminhamento de um paciente custa aos cofres públicos cerca de R$ 80, enquanto a atividade de teleconsultoria gira em torno de R$ 10. 
 
Avanço em 2011
 
As expectativas para 2011 são de expansão. A Rute é conveniada ao governo desde 2007 e, diante da nova gestão, foi estabelecido a meta de expandir o serviço para os 246 municípios de Minas Gerais que ainda não fazem parte da rede. A princípio, o foco está na atenção primária.
 
Maria Beatriz enfatiza a importância de se estar próximo aos municípios atendidos e de conhecer suas necessidades. A Rute fornece às unidades os equipamentos como computadores, impressoras, máquinas fotográficas, eletrocardiogramas, entre outros. 
 
No entanto, a previsão para até 2014 é de avançar na atenção secundária, atingindo mais 91 centros de saúde especializados e 125 hospitais.
 
"A Telessaude precisa de muita divulgação, pois ainda enfrenta grandes dificuldades. Não é fácil fazer com que a tecnologia seja incorporada no sistema de saúde de lugares remotos. Existem muitos médicos aposentados no interior, resistentes ao serviço", explica Maria Beatriz.
 
Como funciona a teleconsultoria:
 
Antes de encaminhar pacientes para consultas em cidades maiores, os profissionais usam o sistema de teleconsultoria, interface na internet que permite troca de informações entre as equipes e especialistas de universidades.
Podem ser encaminhadas informações clínicas e fotografias de lesões, por exemplo, de modo que o profissional tenha uma segunda opinião sobre enfermidades, tornando mais precisos os diagnósticos e facilitando o seu tratamento.
 
Fonte: www.saudebusinessweb.com.br | 11.02.11

Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

25 pontos para não se aborrecer com seu plano de saúde

Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) relançou seu Guia Prático sobre Planos de Saúde, contendo orientações para a contratação de um bom plano de saúde de acordo com as necessidades do usuário, bem como seus principais direitos.

Saúde Empresarial, por Redação

Planos poderão cobrir tratamento oral domiciliar contra câncer

A Câmara analisa o Projeto de Lei 3998/12, do Senado, que obriga os planos privados de saúde a cobrir os tratamentos com medicamentos de uso oral domiciliar contra o câncer.

Deixe seu Comentário:

=