Publicado por Redação em Notícias Gerais - 11/09/2014 às 11:13:43

Será o fim da guerra fiscal?

Será que o Convênio nº 70, editado pelo Confaz e publicado no Diário Oficial da União do dia 30 de agosto passado, assinado por 21 estados, conseguirá enfim acabar com a "guerra fiscal" no ICMS ?
 
Esta é a grande pergunta que permanece no ar. Será que os termos do acordo contido naquele diploma legal – tratando sobre a remissão e a anistia para os contribuintes que tiveram lavrado contra si autos de infração milionários, por se beneficiarem de incentivos fiscais concedidos por várias unidades da Federação, com o objetivo de atrair empresas para seu território – serão suficientes para por fim a essa guerra fiscal que se arrasta há anos?

Se alguém esperava uma resposta afirmativa sobre os efeitos daquele Convênio, firmado por vinte e uma unidades, das vinte e sete que compõem a Federação Brasileira, o melhor é aguardar os próximos movimentos da administração fiscal, antes de comemorar.

Da leitura daquele convênio, seria de se esperar uma solução para as pendências dos processos fiscais que recaíram sobre os contribuintes envolvidos nessa guerra fiscal. Mas, como diz aquele dito popular: "Na luta entre o mar e o rochedo, quem sofre é o marisco" (leia-se o contribuinte), o que vale dizer que o débito fiscal do contribuinte continua ativo. Nada foi resolvido.

Aquelas empresas que se deixaram envolver pelo canto das sereias estaduais, transferindo suas instalações ou abrindo filiais no território daqueles estados para auferir as vantagens fiscais e, com isso, sobreviver na guerra fiscal, agora estão amargando processos fiscais gigantescos.

Isto porque os estados destinatários dessas operações comerciais sentiram-se prejudicados, uma vez que o crédito de ICMS por eles concedidos na entrada da mercadoria em seu território era maior do que o imposto pago na operação de saída anterior.

Diante disso, os fiscos dos estados prejudicados lavraram autos de infração contra as empresas beneficiárias, exigindo a restituição do crédito de ICMS, acrescido de multas punitivas, uma vez que o imposto recolhido com os incentivos fiscais era menor do que o previsto em lei e, portanto, sem base legal. Isto porque os benefícios fiscais concedidos por esses estados na origem eram ilegais, uma vez que foram concedidos unilateralmente sem amparo do Confaz.

Na verdade o Estado exportador, que abria mão de parte do ICMS devido, estava fazendo caridade com o chapéu alheio, em detrimento do estado importador, e gerando essa guerra fiscal, onde a maior vítima foi o contribuinte crédulo.

Voltando ao Convênio nº 70, verifica-se que se trata apenas de uma carta de intenções, já que para produzir o efeito legal pretendido da remissão e da anistia para os contribuintes autuados ainda precisam de Resolução do Senado Federal aprovando o perdão. E isto, ainda, sem considerar a contestação dos seis estados que não firmaram o referido convênio. Logo, é de se concluir que – infelizmente – a guerra fiscal vai continuar e o contribuinte autuado pelo fisco ainda continuará aguardando uma solução para o débito reclamado.

O pior é que o contribuinte autuado não poderá contar nem com uma vitória parcial, já que o Convênio nº 70 não passa de uma simples carta de intenção por parte de alguns estados preocupados em resolver essa grave questão tributária.
Por tudo isto é que se pode afirmar que o nosso atual sistema tributário continua na UTI!
 
Fonte: Diário do Comércio - SP


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Vendas a prazo para os pais têm menor alta em 3 anos, diz CNDL

Crescimento das vendas parceladas foi de 3,78%, mostra levantamento. Altas foram de 4,75% em 2012; de 6,86% em 2011 e de 10% em 2010.

Notícias Gerais, por Redação

Volume financeiro negociado no Tesouro Direto sobe 14,5% em março

Foram negociados R$ 270,3 milhões no mês passado, uma queda de 40,5% em relação ao mesmo mês de 2012

Notícias Gerais, por Redação

Brasil está entre os quatro líderes mundiais em construções sustentáveis

O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council (US GBC).

Notícias Gerais, por Redação

Kassab diz que aliança com PT não seria incoerente

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou nesta quinta-feira (19) que não vê como "incoerente" uma aliança de seu partido com o PT na disputa eleitoral deste ano.

Notícias Gerais, por Redação

Juro do crédito pessoal chega a 68% ao ano, seis vezes a Selic

O consultor financeiro Rubens Tadeu de Castro, 43, decidiu aplicar na vida pessoal os conselhos que dá às companhias de pequeno e médio portes que assessora.

Notícias Gerais, por Redação

Chávez ameaça nacionalizar bancos privados da Venezuela

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem que tem não tem problema algum em determinar a nacionalização dos bancos privados.

Deixe seu Comentário:

=