Publicado por Redação em Notícias Gerais - 13/08/2015 às 10:58:37

Joaquim Levy realiza encontro com banqueiros e os aproxima do governo

Acordo ameaça direitos sociais

Um convite por telefone e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu colocar de um dia para o outro os principais banqueiros do país em sua sala, para discutir a crise econômica e o pacote de reformas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O encontro, realizado na terça (11) em Brasília, faz parte de uma tentativa da presidente Dilma de aparar as arestas com o setor financeiro, com quem ela esteve às turras no primeiro mandato e na campanha eleitoral.

A presidente avalia que, para sair do isolamento e enfrentar a crise, seu governo precisa se entender com os bancos. Levy fez os convites na segunda (10), um dia depois da reunião dos ministros com a presidente sobre instabilidade política e recessão.

Participaram dez executivos do setor financeiro, entre eles os presidentes do Itaú, Roberto Setúbal; do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; do Banco do Brasil, Alexandre Abreu; do JP Morgan, José Berenguer; e do BTG Pactual, André Esteves.

Na visão dos banqueiros presentes ao encontro, o ministro se empenhou em convencê-los de que há unidade do governo em torno do ajuste fiscal, embora as medidas provoquem arrocho, prejudiquem a popularidade da presidente e enfrentem resistência no PT.

Levy repetiu algumas vezes que a Fazenda está alinhada com os Ministérios do Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A atitude foi vista como um esforço para afastar rumores de racha na equipe econômica.

O ministro pediu informações sobre a situação de vários setores empresariais monitorados de perto pelos bancos. Ouviu que os produtores de açúcar e álcool continuam mal, assim como a indústria óleo e gás. O setor de energia elétrica parece ter parado de piorar e este ano ainda deve ser bom para o agronegócio.

CÂMBIO E INFLAÇÃO

Houve um consenso de que o câmbio está se ajustando e de que em algum momento a inflação vai ceder. O maior risco é o fracasso do ajuste fiscal, que pretende reduzir os gastos do setor público.

O ministro avaliou com os banqueiros a chamada "Agenda Brasil", conjunto de ações e medidas econômicas e sociais apresentadas pelo presidente do Senado.

Os pontos mais relevantes, para Levy e para os banqueiros, são de difícil implementação, como a reforma do ICMS, aumento da tributação sobre setores que foram desonerados pelo governo, adoção de idade mínima para aposentadoria e cobrança do SUS para faixas de renda.

São medidas que contrariam vários interesses e têm custo social elevado. Levy disse que o governo vai insistir. Os banqueiros gostaram.

Fonte: Folha de São Paulo


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

FGTS e auxílio-desemprego exigirão novo formulário; entenda

A partir de 1º de novembro, começa a valer em todo o Brasil o novo modelo do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), documento exigido para solicitar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou o auxílio-desemprego.

Notícias Gerais, por Redação

Justiça manda Receita e Anvisa operarem com escala mínima em SC

A Justiça Federal em Santa Catarina determinou que Receita Federal e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) operem com pelo menos 30% de servidores nos portos de Itajaí e Navegantes e concluam em até oito dias os despachos de importação e exportação de mercadorias.

Notícias Gerais, por Redação

Como alternativa, Brics poderá montar banco de investimentos próprio

O grupo de países que formam o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fará estudos para organizar e montar um banco de desenvolvimento específico para região com o objetivo de custear projetos de infraestrutura e de economia sustentável em países emergentes,

Notícias Gerais, por Redação

Dilma quer investir mais em prevenção, diz ministro

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, voltou a defender nesta sexta-feira (6) seu trabalho na pasta e negou favorecimento a projetos de Pernambuco, seu Estado natal e onde concentra sua carreira política.

Notícias Gerais, por Redação

Bovespa cede 2,2% com nervosismo por Grécia; dólar vale R$ 1,73

A decisão surpreendente da Grécia abala os mercados mundiais na manhã desta terça-feira, com ênfase nas Bolsas europeias, mas também com fortes repercussões em Nova York e São Paulo. No epicentro da crise, a Bolsa de Atenas desaba 7%.

Deixe seu Comentário:

=