Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 20/09/2013 às 11:18:53

Humanidade 2.0 exigirá sistema de saúde reinventado

Não é ficção científica: entre as tecnologias que deverão mudar o mundo nos próximos anos estão verdadeiras rupturas na área médica, alcançadas por meio da nanotecnologia, da biotecnologia, da neuroergonomia e da medicina avançada. Surgirá o “ser humano 2.0”, aprimorado por meio de terapia genética e implantes robóticos, entre outros recursos. A previsão é do professor Paulo Vicente Alves, da Fundação Dom Cabral, key-note speaker do Saúde Business Forum 2013.

Na palestra “O futuro em quatro atos”, proferida nesta sexta-feira (20), Alves tentou prever, utilizando um modelo matemático da história humana a partir de 1500, como será o século XXI. Este modelo combina duas formas de ver a história: ciclos hegemônicos, ou de globalização, que determinam a potência (ou potencias) político-econômica vigente, e tecnológicas, ou ciclos de Kondratieff, que determinam as crises cíclicas do sistema capitalista e como as tecnologias as determinam e as encerram.

Para Alves, através da análise dos números, haverá um crise na década de 2020 sucedida por uma nova onda de tecnologia, ou um novo ciclo de Kondratieff. Essas tecnologias podem ser relativas a biorobótica. “Por volta de 2060 os computadores serão mais capazes que os seres humanos. Não fará mais sentido sermos humanos puros. Seremos híbridos para adquirir mais capacidade de memória. Lentamente a humanidade vai se tornando 2.0 e alcançando a fronteira da ‘transumanidade’”, disse.

Isso levará a humanidade a encarar grandes dilemas éticos e morais: quando homens e máquinas começam a ficar tão próximos que inteligências artificiais passam a ter direito de voto, por exemplo?

Outra questão fundamental é o aumento da expectativa de vida média. Se em laboratório já é possível triplicar a expectativa de vida de um rato, o que faremos quando os seres humanos passarem a viver mais de 200 anos? “Tem gente que acredita que o envelhecimento é uma doença prestes a ser vencida. Os pessimistas falam em 200 anos, os otimistas em imortalidade”, ponderou o professor. “Triplicar expectativa de vida vai exigir um novo sistema de saúde; a medicina do futuro drasticamente diferente da atual.”

Sistemas de previdência também entrarão em crise, e Alves acredita que uma solução que aumente o tempo de contribuição é politicamente impossível, levando os governos a imprimir mais dinheiro para cobrir as despesas. “Isso vai gerar inflação? Sim. Pode não ser a melhor solução econômica, mas é a política”, disse.

Apesar de se basear em um modelo baseado em dados matemáticos e históricos concretos, o professor é categórico ao dizer que suas previsões podem não se concretizar. “E me reservo ao direito de mudar de opinião a qualquer momento”, disse. Elas são inclusive francamente pessimistas para o Brasil. O País investe pouco em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias (P&D), inclusive na área médica, o que coloca o coloca em posição de desvantagem frente a potencias como EUA e Alemanha, por exemplo, que devem liderar a inovação tecnológica no século XXI.

“A oportunidade favorece a mente preparada: o mundo vai quebrar, entrar em crise. Quem não se preparar para as novas tecnologias também quebrará”, disse.

Fonte: www.saudeweb.com.br


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Brasil vai produzir remédio contra mal de Parkinson

Medicamento dicloridrato de pramipexol atualmente precisa ser importado do laboratório alemão Boehringer Ingelheim. Prazo para início da produção é de três anos

Saúde Empresarial, por Redação

Férias de remédios prolongam vida do paciente

A introdução de períodos sem medicação em alguns tratamentos contra o câncer poderia manter os pacientes vivos por mais tempo, segundo indica um novo estudo.

Saúde Empresarial, por Redação

Saúde vai dobrar atendimento a idosos em centro de referência na capital

O Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia, localizado na zona leste da capital paulista, vai dobrar sua capacidade de atendimento médico, de convivência e lazer para a população com 60 anos ou mais.

Saúde Empresarial, por Redação

Medicamento para tratar AVC passa a fazer parte da lista da rede pública

O Alteplase, usado por alguns hospitais da rede particular no tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, passa a fazer parte da lista de medicamentos disponibilizados pela rede pública de saúde.

Deixe seu Comentário:

=