Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 08/04/2011 às 18:11:01

Dor de cabeça é uma das queixas de quem usa lentes multifocais

"Era muito ruim. No final do dia, meus olhos ficavam vermelhos e eu tinha que usar soro fisiológico para aliviar a dor", conta.

A secretária Nadime Antum, que aposentou os óculos, em sua casa em Curitiba

Dirigir, então, era pior. "Não conseguia medir a distância para o carro da frente ou o pedestre." Em 2010, Nadime, que mora em Curitiba, fez cirurgia para implantar lentes intraoculares. Aposentou os óculos. "Um paraíso, outra vida."

O gaúcho Enio Silveira, 43, é míope desde os 11, mas só teve problemas com óculos quando passou a usar multifocais. "Se você levanta a cabeça, fica borrado. É um tapa-olho de cavalo", afirma o analista de sistemas.

Ele diz sentir dificuldade para andar na rua. Vai pedir ao médico que prescreva dois óculos. "Perdi aquela ideia de que é mais fácil ter um só."

Nadime e Enio tentaram as lentes multifocais contra a presbiopia, que afeta todas as pessoas depois dos 40 anos. O músculo que movimenta o cristalino perde elasticidade, dificultando o foco sobre objetos próximos.

As lentes concentram, numa só peça, focos para distâncias longa, média e curta. Levam vantagem sobre as bifocais porque a transição entre os focos é progressiva.

Mas basta um pequeno movimento com a cabeça ou com o olho para enxergar pela distância errada.

Tropeções, dores de cabeça e tonturas são comuns em quem não se adapta. O preço também é um inconveniente.

"Uma lente multifocal boa custa dez vezes o preço de uma lente comum", calcula o oftalmologista Hamilton Moreira, diretor do Hospital de Olhos do Paraná.

No Brasil, uma lente multifocal padrão custa em torno de R$ 600, mas pode chegar a até R$ 3.000, se for mais fina, mais leve e antirreflexo.

Nos EUA, o preço gira em torno de US$ 350 (R$ 563).

DOBRAR A CABEÇA

Uma pesquisa australiana publicada no "British Medical Journal" mostrou que o número de quedas entre idosos que usavam lentes multifocais diminuiu quando eles passaram a usar as de tipo monofocal em ambientes externos e em escadas.

Segundo Moreira, é necessário que o oftalmologista ensine ao paciente a técnica certa para descer uma escada, andar e dirigir. "Tem que mexer a cabeça para não olhar o degrau pela lente de perto", aconselha.

Para Ricardo Uras, oftalmologista da Unifesp, a principal recomendação é paciência. "Não dá para imaginar que vai se acostumar com os óculos multifocais no dia seguinte, mas a maioria consegue em uma semana."

Segundo ele, a adaptação será melhor se o médico avaliar fatores como o tipo de uso que o paciente faz da lente, a forma como trabalha e até a sua altura.

"Só não fica com vista cansada quem morre antes. Então o ideal é se acostumar."

Escolher mal a armação pode comprometer a adaptação, diz Claudia Francesconi, do Hospital Oftalmológico de Sorocaba. "Está na moda usar óculos pequenos, e eles exigem mais ainda que a pessoa movimente a cabeça, já que basta um pequeno movimento para sair do foco", diz.

O médico Hamilton Moreira dá uma dica para quem quer saber se a armação e a lente estão corretas: sentar a uma distância média do aparelho de TV, com uma revista nas mãos. A visão dos dois focos precisa estar perfeita.

"Se a pessoa tiver dificuldade, não adianta forçar. Tem que voltar ao médico para ver o que está errado."

Para quem não se acostumar mesmo, lentes de contato e cirurgias são opções.

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 08.04.11


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Governo suspende venda de planos de saúde; Justiça libera no mesmo dia

Punição anunciada é por negar coberturas e descumprir prazos; revés judicial beneficia principais empresas

Saúde Empresarial, por Redação

25 pontos para não se aborrecer com seu plano de saúde

Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) relançou seu Guia Prático sobre Planos de Saúde, contendo orientações para a contratação de um bom plano de saúde de acordo com as necessidades do usuário, bem como seus principais direitos.

Saúde Empresarial, por Redação

Medida da Anvisa acelera fila para processo de medicamentos

Os laboratórios farmacêuticos poderão notificar de forma automática a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre alterações de rotulagem e bula. A Anvisa anunciou que os pedidos antes tinham que aguardar na fila de análise do órgão regulador e agora serão autorizados imediatamente.

Saúde Empresarial, por Redação

Novo antibacteriano reduz em 1.000 vezes chance de infecção pós-cirúrgica

Infecções são um problema onde quer que elas surjam.

Deixe seu Comentário:

=