Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 10/05/2012 às 17:50:38

Cresce atuação internacional da Anvisa, diz Barbano

O diretor da Agência assinalou que a Anvisa hoje conversa em pé de igualdade com outras agências semelhantes, como a Food and Drug Administration (FDA), dos EUA

A atuação internacional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem crescido para garantir a qualidade dos produtos farmacêuticos e alimentares que vários países desejam exportar para o Brasil. A afirmação foi feita pelo diretor-presidente da agência, Dirceu Barbano, em audiência pública promovida pela Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) nesta quarta-feira (9).

Quando uma indústria do ramo de medicamentos, alimentos industrializados, cosméticos ou agrotóxicos deseja exportar para o Brasil, tem que ter sua produção fiscalizada pela Anvisa para obter uma autorização, explicou o diretor da agência. Segundo Barbano, essa fiscalização internacional já é feita em mais de 20 países e, somente em 2011, foram realizadas 450 inspeções em fábricas de medicamento e material e equipamento médico e insumos farmacêuticos em países como a China.

O diretor assinalou que a Anvisa hoje conversa em pé de igualdade com outras agências semelhantes, como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos. Ele disse que esse é um caminho natural, pois qualquer autoridade sanitária do mundo não pode mais ter uma atuação restrita ao seu país. Hoje, explicou, essa autoridade deve se preocupar com a saúde humana das populações por onde circulam suas mercadorias, não mais apenas com a saúde do seu próprio povo, e isso contribuiu para o fortalecimento da agência brasileira.

“Todos os países ou fazem parte de blocos econômicos ou mandam e recebem mercadorias da área de saúde para um conjunto de outros países. Hoje temos obrigação de relacionamento com outras autoridades e outros países”, declarou.

Mercosul

Dirceu Barbano garantiu que os produtos que entram no Brasil vindos legalmente dos países integrantes do Mercosul hoje têm controle sanitário da Anvisa. Ele acrescentou que o trabalho para a harmonização das regras brasileiras e dos demais países prossegue, sempre com o intuito de que esses produtos possam circular sem tanta dificuldade.

“Hoje, muitas vezes há regras em que, para chegar um produto no Brasil, o produtor argentino, paraguaio ou uruguaio tem que cumprir o que vale para os brasileiros e não vale para o país dele. O ideal no bloco econômico é que as normas sejam idênticas e que o produto possa circular livremente”, disse em entrevista após a audiência pública.

Em áreas como a de alimentos já houve mais avanços quanto a essa normatização, mas ainda há um grande descompasso entre as leis dos países do bloco. Não há, por exemplo, a produção de medicamentos genéricos nos outros países do bloco, o que dificulta a dinâmica, explicou.

Barbano ressaltou que a Anvisa tem buscado facilitar a harmonização de leis. Uma das ações da agência brasileira no Mercosul é a elaboração da Farmacopeia, um código que estabelece metodologias de controle de qualidade para a área farmacêutica. O Brasil era o único na America do Sul a ter a sua, e a do Mercosul agora está em vias de ser publicada.

Também houve contribuição da Anvisa na harmonização de um conjunto de outros regulamentos da área de cosméticos e de dispositivos médicos entre os países-membros do mercado comum. “A Anvisa, junto com a agência argentina, tem um papel bastante central de mobilizar as demais nos temas do Mercosul”, garantiu Dirceu Barbano.

Consumo de produtos legais

O diretor salientou a necessidade do consumo de produtos legais, que têm o crivo da autoridade sanitária brasileira, para a proteção do consumidor. O cigarro, por exemplo, tem normas rígidas de produção, mas o cidadão muitas vezes se expõe ao adquiri-los fora do ambiente formal de venda, em camelôs, por preços obviamente mais baratos.

A audiência pública integrou as atividades da 1ª Semana de Vigilância Sanitária no Congresso Nacional, na qual a Anvisa busca prestar contas de suas atividades ao Parlamento, além de debater a respeito do papel da agência diante das necessidades do novo cenário social e econômico no Brasil e no mundo. Durante o evento, Dirceu Barbano entregou ao integrante da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR) – que presidiu a reunião – o Relatório de Atividades da Anvisa de 2011.

Fonte: saudeweb


Massificados

Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Brasil vai produzir remédio contra mal de Parkinson

Medicamento dicloridrato de pramipexol atualmente precisa ser importado do laboratório alemão Boehringer Ingelheim. Prazo para início da produção é de três anos

Saúde Empresarial, por Redação

Atividade física ajuda na prevenção de síndromes metabólicas

Estudo realizado pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (Universidade de São Paulo) com camundongos revelou parte dos mecanismos metabólicos pelos quais a prática de atividade física ajuda a prevenir problemas de saúde causados pela má alimentação,

Saúde Empresarial, por Redação

Brics discutem transferência de tecnologia e genéricos

Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês), representados por seus ministros da Saúde, tiveram encontro em Genebra em que destacaram a importância da transferência de tecnologia entre países em desenvolvimento, além do papel dos medicamentos genéricos para garantir o direito universal à saúde.

Deixe seu Comentário:

=