Publicado por Redação em Dental - 28/06/2011 às 16:06:01

As pressões que o dente sofre

 

O dente não está fixado no alvéolo como um prego na parede, mas, ao contrário, apresenta uma calculada mobilidade.
 
Em geral, a primeira impressão que se tem do dente é que ele tem uma vida sedentária, vale dizer, estagnada e parada dentro de seu habitat natural, que é a boca. Isso, no entanto, está longe de ser verdade, eis que a vida dentária é muito movimentada e, além do mais, sofre muitas pressões, dentro do universo bucal. O dente tem sua raiz implantada no alvéolo, um agradável espaço ósseo, acolchoado de fibras, que o ajuda a suportar as pressões do dia-a-dia. Esta condição permite uma certa mobilidade do dente no osso, formando uma articulação, diversa de todas as encontradas no organismo, que é a articulação alvéolo-dental, chamada gonfose.
 
O dente, portanto, não está fixado no alvéolo como um prego na parede, mas, ao contrário, apresenta uma calculada mobilidade. As fibras que atapetam o alvéolo formam um sistema que dissipa as forças pesadas da mastigação para o osso alveolar, amortecendo os impactos. Há uma variedade de forças, as quais provocam pressões sobre os dentes, vindas de várias direções, em quantidade e duração diferentes. Eis a razão da importância do adequado posicionamento e alinhamento dos dentes, pois que, quando desalinhados ou em má posição, sujeitos que estão a essas variadas forças, fatalmente terão uma movimentação indesejável.
 
Em um mesmo indivíduo, a disposição dos dentes nos arcos dentários, bem como a forma pela qual eles se tocam, não permanecem estáticas durante toda a vida. Há uma mudança contínua em resposta a pressões sofridas pelos dentes. Pressão é o quociente que se obtém entre a força exercida sobre uma superfície e a área desta superfície. É um ato de premer ou apertar. A pressão de uma estrutura sobre outra é inversamente proporcional ao tamanho da área de contato. Por exemplo, a pressão exercida, no chão, pelo saltinho fino de um calçado feminino é bem maior do que aquela que um solado maior, como o de um sapato masculino, exerce sobre o chão.
 
A pressão nos dentes
 
Nos dentes, as pressões sofridas podem ser naturais, anormais ou introduzidas pela terapêutica. Existem algumas forças naturais inerentes que agem sobre eles, provocando diferentes tipos de pressão, além de algumas conseqüências para o sistema mastigatório.
 
Quando os dentes de leite começam a nascer são induzidos às suas posições na arcada pela ação dos músculos, nesta fase de crescimento ativo do esqueleto facial. Nesse processo, a língua é um outro agente que causa pressão e, assim, possui importante papel na formação do arco dentário, uma vez que a dentição é modelada ao redor dela. Músculos faciais por fora, língua por dentro, eis a ação muscular ou a pressão importante para a disposição harmônica dos dentes na cavidade bucal.
 
Estando os dentes bem alinhados na arcada dentária, os contatos entre eles geram uma pressão altamente equilibrada, garantindo a estabilidade do sistema, quando, sob ação dos movimentos musculares, por exemplo nas funções de mastigação e fala. As forças exercidas nos dentes, originárias da atividade normal dos músculos, impõem pressões variáveis nos dentes e no osso e, mesmo por isso, são consideradas pressões naturais. A língua, os lábios, o mento e as bochechas atuam nessas estruturas durante a fala, a deglutição, a mastigação e, inclusive, na postura de repouso que, por ser constante, é considerada a mais importante.
 
A importância do bom encaixe
 
A distribuição de forças sobre os dentes está condicionada à forma e à localização dos mesmos. Sobre os dentes de trás, situados na região mais próxima à ação dos músculos que elevam a mandíbula, a força mastigatória é maior. Os alimentos recebem as forças exercidas pelos músculos através dos dentes. Dessa forma, a disposição correta e o correto encaixe dos dentes superiores com os inferiores é de grande importância para se estabelecer a transmissão adequada das forças e, conseqüentemente, um ato mastigatório eficiente e equilibrado.
 
Para que os dentes se mantenham em posição normal é necessário um equilíbrio de forças antagonistas, que atuam sobre eles nos diferentes sentidos: da frente para trás, de cima para baixo, de um lado para outro. É fácil, portanto, compreender o que ocasionaria a ausência de um órgão do conjunto dental. Uma simples falta acarretaria a quebra do equilíbrio dentário, pois a ação das forças musculares não seria neutralizada e, conseqüentemente, o dente se deslocaria de maneira não natural.
 
Da anormalidade ao equilíbrio
 
Existem as chamadas forças anormais, causadas por maus hábitos, como a sucção de dedo ou de chupeta, ou, ainda, a interposição de língua entre os dentes, a posição errada da língua ao deglutir, os defeitos posturais ou de fala, a colocação indevida de objetos na boca, todas essas situações resultando em pressões indesejáveis e que fogem do padrão de normalidade. As pressões introduzidas em terapêutica são aquelas inseridas pelos dentistas, com a finalidade de movimentar dentes que estão fora de posição, buscando a harmonia e o equilíbrio funcional da boca.
 
Fonte: odontologika.uol.com.br | 28.06.11

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