Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 23/08/2019 às 18:02:23

Algoritmo vai melhorar e acelerar diagnósticos, diz professor da USP



Economista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Alexandre Chiavegatto Filho diz que inteligência artificial ajudará a internar ou liberar um paciente e interpretar um histórico.

Em um futuro que já pode ser percebido por médicos e profissionais da saúde, a inteligência artificial será auxílio essencial no momento de internar ou liberar um paciente, interpretar um histórico e definir um diagnóstico.

Entusiasta e parte integrante dessa mudança, Alexandre Chiavegatto Filho, economista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), considera que o uso de dados tem potencial para trazer diagnósticos melhores e mais rápidos. Ele fará parte de um dos painéis do Estadão Summit Saúde 2019, que será realizado na próxima semana. 

Como funciona o modelo de algoritmos que vocês desenvolveram para previsão de risco de morte entre idosos, trabalho bastante destacado em 2018?

Algoritmos aprendem com exemplos anteriores. A análise feita pela inteligência artificial de uma grande quantidade de dados sobre os pacientes que sobreviviam ou que vinham a óbito permitiu que o algoritmo “aprendesse” a identificar o conjunto de características que interagem e levam, de alguma forma, à morte. A partir das características desses idosos, você estabelece a probabilidade de determinado paciente apresentar um quadro mais complicado de saúde.

De lá para cá, houve algum avanço na ferramenta?

Temos estudado a predição de qualidade de vida entre pacientes com doença terminal, a de déficit cognitivo entre idosos, e a de estresse pós-traumático entre pessoas que passaram por desastres naturais. Esses são alguns exemplos de aplicação de algoritmos, o que pode predizer desfechos específicos em cada cenário. 

Como esse projeto de inteligência artificial pode ser usado no atendimento médico?

A utilização vai ser extremamente simples. A tecnologia é bastante barata. Não há um custo em si, porque esses algoritmos estão disponíveis gratuitamente. A ideia é utilizar os dados que os hospitais estão coletando sobre cada paciente que passa por um posto de atendimento. Conforme o médico insere dados de um novo paciente no prontuário eletrônico, dentro do próprio prontuário poderá receber um score (pontuação ou porcentagem) de risco, de gravidade da situação. 

Como é fazer este tipo de estudo no Brasil?

O Brasil é um país interessante pela nossa diversidade socioeconômica e também genética. Historicamente, na área da saúde, o que acontecia é que os estudos eram feitos entre pessoas com características muito específicas de determinado lugar, e os resultados e aplicações não necessariamente funcionavam para o restante do mundo. Temos o mundo dentro do Brasil.

Predições desse tipo são o futuro da Medicina? Por quê?

Sim, há uma interação que muitas vezes passa despercebida pelo cérebro humano, mas não passa despercebida aos algoritmos, que conseguem entender e processar todos os detalhes dessas características que levam a doenças, desde o primeiro contato, durante a triagem do paciente, até o fim do contato, na necessidade de alta ou de internação. 

Serviço
ESTADÃO SUMMIT SAÚDE BRASIL 2019.

Mais Informações: Estadaosummitsaude.com.br


Fonte: O Estado de S.Paulo


Posts relacionados

Gestão de Saúde, por Redação

Menopausa e carreira: como as mudanças hormonais afetam as mulheres no trabalho

Os sintomas, desde ondas de calor até alterações de humor, podem ter um impacto significativo no desempenho profissional – e as empresas precisam olhar para isso.

Gestão de Saúde, por Redação

Dia Mundial da Amamentação: quatro coisas que as mães devem saber sobre saúde bucal

Apesar de todos os benefícios, muitas mães ficam na dúvida sobre até quando amamentar

Gestão de Saúde, por Redação

Quimioterapia oral: ANS inclui remédios no rol de procedimentos

Com a decisão, planos de saúde passam a ser obrigados a fornecer os tratamentos a seus beneficiários.

Deixe seu Comentário:

=