Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 21/07/2020 às 18:13:28

Por dentro da telemedicina



Até recentemente com uso restrito à emissão de laudos de exames, compartilhamento de conhecimento e troca de informação entre a comunidade médica, o recurso da telemedicina ganhou destaque em março com a publicação da Portaria 467, que contempla, em caráter emergencial, o atendimento de saúde por meio de tecnologia, tanto no âmbito do SUS quanto na saúde suplementar e privada. Com moderação da jornalista Rita Lisauskas, o Media Lab Estadão e a SulAmérica reuniram profissionais de saúde e especialistas para falar sobre esse novo contexto e os avanços que ele pode representar para os atendimentos a distância no Brasil.

“Desde 2018, a SulAmérica já tinha uma plataforma de orientação médica a distância, o Médico na Tela, em que clínicos gerais e pediatras, por videoconferência, tiravam dúvidas de nossos beneficiários”, contou Erika Fuga, diretora Sinistros de Saúde da SulAmérica. “Com a regulamentação da telemedicina, passamos a oferecer também consultas médicas a distância, imediatas com nossos plantonistas, a qualquer hora, e agendadas com médicos de mais de 40 especialidades. As pessoas têm usado muito essa forma de se consultar, tanto que pulamos de cerca de 500 atendimentos por mês em fevereiro para quase 50 mil em junho”, exemplificou, ressaltando que durante a pandemia o acesso a esse serviço, chamado Saúde na Tela, é ilimitado.

O uso tanto da telemedicina, termo voltado às diferentes especialidades médicas, quanto da telessaúde, que abrange as demais áreas, como psicologia, nutrição e fonoaudiologia, também disponíveis na SulAmérica, vem oficializar uma tendência que esses especialistas já vinham experimentando há tempos. Na opinião de Ilana Holender Rosenhek, médica membro das sociedades brasileiras de pediatria e psiquiatria, a regularização agora dá o respaldo para saber quando é o caso de ser orientado em casa mesmo. “Em pediatria, por exemplo, os pais estão ansiosos, mas também mais tolerantes com um nariz escorrendo ou uma febre de 37 graus por medo de sair de casa. A telemedicina tem apoiado muito neste momento”, disse. A consulta via tela consegue apontar se é preciso um atendimento ao vivo ou uma ida ao hospital. “A telemedicina hoje ajuda a evitar um atraso que pode aumentar o risco de uma fatalidade”, concluiu.

 

Driblando as limitações

Muitos se perguntam se a falta do exame físico não afetaria a qualidade do atendimento. Mas os especialistas ouvidos no webinar lembraram que boa parte da consulta, mesmo presencial, se baseia em saber ouvir. “O processo depende da história do paciente, de entender o que o aflige, seus sentimentos. E um benefício dessa prática é que conseguimos avaliar o entorno do paciente e, muitas vezes, ter informações também de seus familiares ou cuidadores que estão ao seu lado”, ponderou o neurologista Jefferson Fernandes, vice-presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde.

O sigilo das informações trocadas entre médicos e pacientes é outra discussão recorrente em telemedicina. “É um tópico de extrema importância”, pontuou Fernandes. “É preciso considerar não só os aspectos éticos da medicina, mas também aqueles previstos na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que está em avaliação no Congresso Nacional”, ressaltou. “A plataforma é uma tecnologia que permite chamada de vídeos e pode gerar ou não prontuário eletrônico”, explicou Erika Fuga. Na seguradora, contou a médica, o beneficiário faz o acesso pelo aplicativo da SulAmérica Saúde e registra seus dados. Nesse momento, ele reconhece o termo de consentimento.

Na avaliação de quem busca esse tipo de atendimento, o formato só traz benefícios. Não por acaso, de acordo com Marco Antunes, vice-presidente de Operações e Experiência de Clientes da SulAmérica, a plataforma atinge 90 pontos de favorabilidade entre os usuários. Foi assim a experiência de Carla Sabra, que usou a telemedicina recentemente. “Com a preocupação de como ir ao médico estando em quarentena, descobri o aplicativo da SulAmérica e fiz várias consultas, para mim e para meus filhos”, relatou. “Foi muito fácil de utilizar, a gente não se expõe, não perde tempo, tem uma conversa olho no olho com o médico. Depois ele manda a receita por SMS (ou e-mail) e o problema é solucionado”, elencou.

A receita digitalizada, é bom que se diga, se diferencia do simples ato de escanear o que o médico escreveu no papel. Na plataforma de telemedicina, o certificado digital reconhece o médico e as receitas.

 

Tudo simples, rápido e eficaz. Para mim, o recurso da telemedicina deve ser mantido após a pandemia.
Carla Sabra, paciente

Preparação e empatia

Para Jefferson Fernandes, quem não tem experiência com telemedicina deve buscar capacitação. Nos cursos, são tratados de aspectos técnicos a legislação, passando por maneiras de demonstrar acolhimento na relação a distância. Até porque na medicina a empatia, como ressaltou Ilana Holender Rosenhek, é um recurso fundamental para a prevenção de danos à saúde mental. “Na pediatria, se não cuidar do pai e da mãe, a criança não vai ficar bem. Por isso, neste momento de pandemia, quando numa consulta a mãe quer falar sobre a carteira de vacinação do filho, vale também perguntar como ela está, se está se cuidando”, comentou a pediatra.

Em depoimento sobre as dificuldades impostas pelo isolamento, o filósofo, poeta e ensaísta Francisco Bosco destacou essa necessidade de exercitar a empatia e a consciência moral. “Para que cuidemos das pessoas que são mais próximas, é preciso ter a capacidade de se colocar no lugar do outro”, explicou. “A pandemia nos traz desafios também na dimensão social. O vírus veio nos revelar que o comportamento do indivíduo impacta a vida da comunidade inteira”, concluiu.

Uma pesquisa feita pela Associação Paulista de Medicina durante a pandemia mostra que o uso da tecnologia tem conquistado sobretudo profissionais mais jovens. “É uma tendência natural, por serem de uma geração mais digital”, ponderou Jefferson Fernandes. “Na pesquisa, feita com mais de 2.800 médicos, 48% estão fazendo teleconsulta, e isso deve aumentar inclusive no sistema público de saúde. Com isso, o médico nas unidades básicas recebem apoio de especialistas, ajudando a dar prioridade a casos mais urgentes”, exemplificou. Da mesma forma, pessoas que vivem em cidades pequenas têm a chance de ser avaliadas por profissionais de diferentes modalidades sem precisar se deslocar. “É também uma possibilidade de promover prevenção e programas importantes como o de incentivo à amamentação”, completou Erika Fuga.

Trata-se, como se vê, de um momento de transformação. Com a consolidação da telemedicina, é de se esperar assistência mais disponível para todos. “Teremos ganhos de sustentabilidade nas questões de custos de saúde tanto no SUS quanto na rede privada. É mais uma possibilidade de oferecer cuidado para as pessoas com segurança, qualidade e conveniência”, finalizou Erika.

Jornada digital: Saúde na Tela

“Investir em transformação digital, colocando sempre o cliente no centro do cuidado, faz parte da estratégia da SulAmérica. Acreditamos na gestão de saúde de forma coordenada e todas nossas iniciativas estão voltadas para cuidar das pessoas sem as deixar perdidas no sistema ou não ter sua questão resolvida”, afirma Marco Antunes, vice-presidente de Operações e Experiência de Cliente da SulAmérica. “Além do Médico na Tela (orientação médica a distância), com a regulamentação da telemedicina conseguimos rapidamente ampliar para o Saúde na Tela e oferecer teleconsulta com médicos”, completa. No aplicativo da seguradora, também é possível agendar sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas e realizar acompanhamento e tratamento sempre com o mesmo profissional.

A qualquer hora (24h por dia, sete dias por semana), o beneficiário tem acesso a médicos plantonistas que podem atender imediatamente. Outra opção é agendar uma teleconsulta com seu médico de preferência – são mais de 40 especialidades na rede credenciada da SulAmérica. E os agendamentos não demoram. É possível conseguir horário para o mesmo dia, às vezes até na hora. “A resolutividade da teleconsulta tem se mostrado muito alta, com cerca de 89% de efetividade, ou seja, o paciente tem seu problema resolvido e não precisa ir a um pronto-socorro”, conclui Antunes.

Assista o Webinar por dentro da Telemedicina




Fonte: Estadão

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