RN 387 - Atualização de Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 387, DE 28 DE OUTUBRO DE 2015
(Em vigor a partir de 2 de janeiro de 2016)
Atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a referência básica para
cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º
de janeiro de 1999; fixa as diretrizes de atenção à saúde; revoga as Resoluções Normativas – RN nº
338, de 21 de outubro de 2013, RN nº 349, de 9 de maio de 2014; e da outras providências.
[Índice] [Correlações] [Revogações] [Anexos]
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, em vista do que dispõe o §
4º do artigo 10 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998; o inciso III do artigo 4º e o inciso II do artigo
10, ambos da Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000; e a alínea “a” do inciso II do artigo 86 da
Resolução Normativa – RN nº 197, de 16 de julho de 2009, em reunião realizada em XXXX, adotou a
seguinte Resolução Normativa, e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES.
Seção I
Do Objeto
Art. 1º Esta Resolução atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a
referência básica para cobertura mínima obrigatória da atenção à saúde nos planos privados de
assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, e naqueles adaptados conforme a
Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
Parágrafo único Atualiza-se também o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de Alta
Complexidade – PAC, definido, para fins de cobertura, como procedimentos extraídos do Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde, identificado no Anexo I, que pode ser objeto de cobertura
parcial temporária - CPT nos casos de doenças e lesões preexistentes - DLP, conforme o disposto em
Resolução específica.
Art. 2º As operadoras de planos privados de assistência à saúde poderão oferecer cobertura maior
do que a mínima obrigatória prevista nesta Resolução Normativa e nos seus Anexos, por sua
iniciativa ou mediante expressa previsão no instrumento contratual referente ao plano privado de
assistência à saúde.
Art. 3º Esta Resolução é composta por quatro Anexos:
I - o Anexo I lista os procedimentos e eventos de cobertura mínima obrigatória, respeitando-se a
segmentação contratada;
II - o Anexo II apresenta as Diretrizes de Utilização – DUT, que estabelecem os critérios, baseados
nas melhores evidências científicas disponíveis, a serem observados para que sejam asseguradas as
coberturas de alguns procedimentos e eventos especificamente indicados no Anexo I;
III – o Anexo III apresenta as Diretrizes Clínicas – DC, que visam à melhor prática clínica, abordando
manejos e orientações mais amplas, baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis, e
também definem a cobertura mínima obrigatória; e
IV - o Anexo IV apresenta o Protocolo de Utilização – PROUT para alguns procedimentos e eventos
em saúde listados no Rol.
Seção II
Dos Princípios de Atenção à Saúde na Saúde Suplementar
Art. 4º A atenção à saúde na saúde suplementar deverá observar os seguintes princípios:
I - atenção multiprofissional;
II - integralidade das ações respeitando a segmentação contratada;
III - incorporação de ações de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças, bem como de
estímulo ao parto normal;
IV - uso da epidemiologia para monitoramento da qualidade das ações e gestão em saúde; e
V - adoção de medidas que evitem a estigmatização e a institucionalização dos portadores de
transtornos mentais, visando ao aumento de sua autonomia.
Parágrafo único. Os princípios estabelecidos neste artigo devem ser observados em todos os níveis
de complexidade da atenção, respeitando-se as segmentações contratadas, visando à promoção da
saúde, à prevenção de riscos e doenças, ao diagnóstico, ao tratamento, à recuperação e à
reabilitação.
Art. 5º Os procedimentos e eventos listados nesta Resolução Normativa e nos seus Anexos poderão
ser executados por qualquer profissional de saúde habilitado para a sua realização, conforme
legislação específica sobre as profissões de saúde e regulamentação de seus respectivos conselhos
profissionais, respeitados os critérios de credenciamento, referenciamento, reembolso ou qualquer
outro tipo de relação entre a operadora de planos privados de assistência à saúde e prestadores de
serviços de saúde.
§ 1º Os procedimentos listados nesta Resolução Normativa e nos seus Anexos serão de cobertura
obrigatória quando solicitados pelo médico assistente, conforme disposto no artigo 12 da Lei nº
9.656, de 1998, com exceção dos procedimentos odontológicos e dos procedimentos vinculados aos
de natureza odontológica – aqueles executados por cirurgião-dentista ou os recursos, exames e
técnicas auxiliares necessários ao diagnóstico, tratamento e prognóstico odontológicos - que
poderão ser solicitados ou executados diretamente pelo cirurgião-dentista.
§ 2º Os procedimentos eletivos a serem realizados conjuntamente por médico e cirurgião-dentista,
visando a adequada segurança, a responsabilidade assistencial ao paciente é do profissional que
indicou o procedimento, conforme Resolução do Conselho Federal de Odontologia nº 100, de 18 de
março de 2010 e Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1950, de 10 de junho de 2010.
CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção Única
Das Coberturas Assistenciais
Art. 6º As operadoras de planos privados de assistência à saúde deverão oferecer obrigatoriamente
o plano-referência de que trata o artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998, podendo oferecer,
alternativamente, planos ambulatorial, hospitalar, hospitalar com obstetrícia, odontológico e suas
combinações, ressalvada a exceção disposta no §3 º do artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998.
Art. 7º Os eventos e procedimentos relacionados nesta RN e nos seus Anexos, que necessitem de
anestesia, com ou sem a participação de profissional médico anestesista, terão sua cobertura
assistencial obrigatória, caso haja indicação clínica, respeitando-se os critérios de credenciamento,
referenciamento, reembolso ou qualquer tipo de relação entre a operadora de planos privados de
assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde.
Parágrafo único. Os insumos necessários para realização de procedimentos cobertos nesta RN ou
nos seus Anexos, assim como a equipe cirúrgica necessária para a realização de procedimentos
cirúrgicos terão sua cobertura assistencial obrigatória, caso haja indicação clínica, respeitando-se os
critérios de credenciamento, referenciamento, reembolso ou qualquer tipo de relação entre a
operadora de planos privados de assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde.
Art. 8º As ações de planejamento familiar de que trata o inciso III do artigo 35-C da Lei nº 9.656, de
1998, devem envolver as atividades de educação, aconselhamento e atendimento clínico previstas
nos Anexos desta Resolução, observando-se as seguintes definições:
I – planejamento familiar: conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais
de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal;
II – concepção: fusão de um espermatozóide com um óvulo, resultando na formação de um zigoto;
III – anticoncepção: prevenção da concepção por bloqueio temporário ou permanente da fertilidade;
IV - atividades educacionais: são aquelas executadas por profissional de saúde habilitado mediante a
utilização de linguagem acessível, simples e precisa, com o objetivo de oferecer aos beneficiários os
conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método mais adequado e
propiciar a reflexão sobre temas relacionados à concepção e à anticoncepção, inclusive à
sexualidade, podendo ser realizadas em grupo ou individualmente e permitindo a troca de
informações e experiências baseadas na vivência de cada indivíduo do grupo;
V – aconselhamento: processo de escuta ativa que pressupõe a identificação e acolhimento das
demandas do indivíduo ou casal relacionadas às questões de planejamento familiar, prevenção das
Doenças Sexualmente Transmissíveis/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - DST/AIDS e outras
patologias que possam interferir na concepção/parto; e
VI – atendimento clínico: realizado após as atividades educativas, incluindo anamnese, exame físico
geral e ginecológico para subsidiar a escolha e prescrição do método mais adequado para concepção
ou anticoncepção.
Art. 9º Os procedimentos de transplante, no âmbito da prestação de serviços de saúde suplementar,
deverão submeter-se à legislação específica vigente.
§ 1º Na saúde suplementar, os candidatos a transplante de órgãos e tecidos provenientes de doador
cadáver deverão obrigatoriamente estar inscritos em uma das Centrais de Notificação, Captação e
Distribuição de Órgãos - CNCDO e sujeitar-se-ão ao critério de fila única de espera e de seleção.
§ 2º As entidades privadas e equipes especializadas interessadas na realização de transplantes
deverão observar o regulamento técnico – legislação vigente do Ministério da Saúde - que dispõe
quanto à forma de autorização e cadastro junto ao Sistema Nacional de Transplante -SNT.
§ 3º São competências privativas das CNCDO, dentro das funções de gerenciamento que lhes são
atribuídas pela legislação em vigor:
I - determinar o encaminhamento de equipe especializada; e
II - providenciar o transporte de tecidos e órgãos ao estabelecimento de saúde autorizado em que se
encontre o receptor.
§ 4º Os exames e procedimentos pré e pós-transplantes, para fins das disposições da RN nº 259, de
17 de junho de 2011 , são considerados procedimentos de urgência e emergência, respeitadas as
segmentações, os prazos de carência e a Cobertura Parcial Temporária – CPT.
Art. 10. A atenção prestada aos portadores de transtornos mentais deverá priorizar o atendimento
ambulatorial e em consultórios, utilizando a internação psiquiátrica apenas como último recurso
terapêutico e sempre que houver indicação do médico assistente.
Parágrafo único. Todos os procedimentos clínicos ou cirúrgicos decorrentes de transtornos mentais,
inclusive aqueles necessários ao atendimento das lesões auto-infligidas, estão obrigatoriamente
cobertos.
Art. 11. Os procedimentos necessários ao tratamento das complicações clínicas e cirúrgicas,
decorrentes de procedimentos não cobertos, têm cobertura obrigatória quando constarem do Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde, respeitadas as segmentações e os prazos de carência e
Cobertura Parcial Temporária – CPT.
Parágrafo único. Procedimentos necessários ao seguimento de eventos excluídos da cobertura,
como internação em leito de terapia intensiva após transplante não coberto, não são considerados
tratamento de complicações, mas parte integrante do procedimento inicial, não havendo
obrigatoriedade de sua cobertura por parte das operadoras de planos privados de assistência à
saúde.
Art. 12. Os procedimentos realizados por laser, radiofrequência, robótica, neuronavegação ou outro
sistema de navegação, escopias e técnicas minimamente invasivas somente terão cobertura
assegurada quando assim especificados no Anexo I, de acordo com a segmentação contratada.
Parágrafo único. Todas as escopias listadas nos Anexos têm igualmente assegurada a cobertura com
dispositivos ópticos ou de vídeo para captação das imagens.
Art. 13. O atendimento deve ser assegurado independente da circunstância e do local de ocorrência
do evento, respeitadas a segmentação, a área de atuação e abrangência, a rede de prestadores de
serviços contratada, credenciada ou referenciada da operadora de plano privado de assistência à
saúde e os prazos de carência estabelecidos no contrato.
Art. 14. Caso a operadora ofereça a internação domiciliar em substituição à internação hospitalar,
com ou sem previsão contratual, deverá obedecer às exigências previstas nos normativos vigentes
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e nas alíneas "c", "d", "e" e "g" do inciso II do
artigo 12 da Lei nº 9.656, de 1998.
Parágrafo único. Nos casos em que a assistência domiciliar não se dê em substituição à internação
hospitalar, tal assistência deverá obedecer à previsão contratual ou à negociação entre as partes.
Art. 15. Nos contratos de planos individuais ou familiares, coletivos por adesão e coletivos
empresariais é obrigatória a cobertura dos procedimentos listados no Rol de Procedimentos e
Eventos em Saúde, relacionados ou não com a saúde ocupacional e acidentes de trabalho,
respeitadas as segmentações contratadas.
§ 1º Para fins de cobertura obrigatória pelos planos privados de assistência à saúde, entende-se
como cobertura relacionada com a saúde ocupacional, o diagnóstico, o tratamento, a recuperação e
a reabilitação de doenças relacionadas ao processo de trabalho listadas na Portaria 1.339 MS/GM,
de 18 de novembro de 1999.
§ 2º Salvo disposição contratual em contrário, exclui-se da cobertura obrigatória a ser garantida
pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde a realização dos exames médicos
admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissionais.
Art. 16. Os procedimentos e eventos em saúde de cobertura obrigatória, contemplados nesta
Resolução Normativa e nos seus Anexos, que envolvam a colocação, inserção e/ou fixação de órteses,
próteses ou outros materiais possuem cobertura igualmente assegurada de sua remoção e/ou
retirada.
Art. 17. Taxas, materiais, contrastes, medicamentos, entre outros, necessários para a execução de
procedimentos e eventos em saúde de cobertura obrigatória, contemplados nesta Resolução
Normativa e nos seus Anexos, possuem cobertura obrigatória, desde que estejam regularizados e
registrados e suas indicações constem da bula/manual junto a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA e respeitados os critérios de credenciamento, referenciamento, reembolso ou
qualquer outro tipo de relação entre a operadora de planos privados de assistência à saúde e
prestadores de serviços de saúde.
Art. 18. No caso de procedimentos sequenciais e/ou contínuos, tais como quimioterapia,
radioterapia, hemodiálise e diálise peritonial, a operadora deve assegurar a continuidade do
tratamento conforme prescrição do profissional assistente e justificativa clínica, respeitadas as
segmentações, os prazos de carência e a Cobertura Parcial Temporária – CPT.
§ 1º A continuidade do tratamento deve ser realizada no prazo definido pelo médico assistente, não
cabendo nova contagem ou recontagem dos prazos de atendimento estabelecidos pela RN nº 259, de
2011.
§ 2º O procedimento “Medicamentos para o controle de efeitos adversos e adjuvantes relacionados a
tratamentos antineoplásicos” é considerado como continuidade dos procedimentos de quimioterapia
e terapia antineoplásica oral para o tratamento do câncer, não cabendo nova contagem ou
recontagem de prazo de atendimento para aquele procedimento.
Art. 19. Os planos privados de assistência à saúde deverão assegurar cobertura para medicamentos
registrados/regularizados na ANVISA que sejam utilizados nos procedimentos diagnósticos e
terapêuticos contemplados na presente Resolução Normativa e em seus Anexos, de acordo com a
segmentação contratada.
Subseção I
Do Plano-Referência
Art. 20. A cobertura assistencial de que trata o plano-referência compreende todos os
procedimentos clínicos, cirúrgicos, obstétricos e os atendimentos de urgência e emergência, na
forma estabelecida no artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998.
§ 1º São permitidas as seguintes exclusões assistenciais:
I - tratamento clínico ou cirúrgico experimental, isto é, aquele que:
a) emprega medicamentos, produtos para a saúde ou técnicas não registrados/não regularizados no
país;
b) é considerado experimental pelo Conselho Federal de Medicina – CFM ou pelo Conselho Federal
de Odontologia- CFO; ou
c) não possui as indicações descritas na bula/manual registrado na ANVISA (uso off-label).
II - procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o
mesmo fim, ou seja, aqueles que não visam restauração parcial ou total da função de órgão ou parte
do corpo humano lesionada, seja por enfermidade, traumatismo ou anomalia congênita;
III - inseminação artificial, entendida como técnica de reprodução assistida que inclui a manipulação
de oócitos e esperma para alcançar a fertilização, por meio de injeções de esperma
intracitoplasmáticas, transferência intrafalopiana de gameta, doação de oócitos, indução da ovulação,
concepção póstuma, recuperação espermática ou transferência intratubária do zigoto, entre outras
técnicas;
IV - tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade estética, assim como em
spas, clínicas de repouso e estâncias hidrominerais;
V - fornecimento de medicamentos e produtos para a saúde importados não nacionalizados, isto é,
aqueles produzidos fora do território nacional e sem registro vigente na ANVISA;
VI - fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar, isto é, aqueles prescritos pelo
médico assistente para administração em ambiente externo ao de unidade de saúde, com exceção
dos medicamentos previstos no inciso XII do art. 20 e inciso X do art. 21 desta RN e, ressalvado o
disposto no artigo 14 desta Resolução Normativa;
VII - fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico;
VIII - tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspecto médico, ou não reconhecidos
pelas autoridades competentes;
IX - casos de cataclismos, guerras e comoções internas, quando declarados pela autoridade
competente; e
X - estabelecimentos para acolhimento de idosos e internações que não necessitem de cuidados
médicos em ambiente hospitalar.
§ 2º Prótese é entendida como qualquer material permanente ou transitório que substitua total ou
parcialmente um membro, órgão ou tecido.
§ 3º Órtese é entendida como qualquer material permanente ou transitório que auxilie as funções
de um membro, órgão ou tecido, sendo não ligados ao ato cirúrgico os materiais cuja colocação ou
remoção não requeiram a realização de ato cirúrgico.
§ 4º A referência para classificação dos diversos materiais utilizados pela medicina no país como
órteses ou próteses deverá estar de acordo com a lista a ser disponibilizada e atualizada
periodicamente no endereço eletrônico da ANS na Internet (www.ans.gov.br), não sendo esta, uma
lista que atribua cobertura obrigatória aos materiais ali descritos.
Subseção II
Do Plano Ambulatorial
Art. 21. O Plano Ambulatorial compreende os atendimentos realizados em consultório ou em
ambulatório, definidos e listados no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, não incluindo
internação hospitalar ou procedimentos para fins de diagnóstico ou terapia que, embora prescindam
de internação, demandem o apoio de estrutura hospitalar por período superior a 12 (doze) horas, ou
serviços como unidade de terapia intensiva e unidades similares, observadas as seguintes exigências:
I - cobertura de consultas médicas em número ilimitado em clínicas básicas e especializadas
(especialidades médicas), inclusive obstétrica para pré-natal, reconhecidas pelo Conselho Federal de
Medicina – CFM;
II - cobertura de serviços de apoio diagnóstico, tratamentos e demais procedimentos ambulatoriais,
incluindo procedimentos cirúrgicos ambulatoriais solicitados pelo médico ou pelo cirurgião-dentista
assistente, mesmo quando realizados em ambiente hospitalar, desde que não se caracterize como
internação conforme preceitua o caput deste artigo;
III – cobertura de consultas ou sessões com nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e
psicólogo de acordo com o estabelecido nos Anexos desta Resolução Normativa;
IV - cobertura de psicoterapia de acordo com o número de sessões estabelecido nos Anexos desta
Resolução Normativa, que poderá ser realizada tanto por psicólogo como por médico devidamente
habilitados;
V – cobertura dos procedimentos de reeducação e reabilitação física listados nos Anexos desta
Resolução Normativa, que podem ser realizados tanto por fisiatra como por fisioterapeuta, em
número ilimitado de sessões por ano;
VI - cobertura das ações de planejamento familiar, listadas no Anexo I desta Resolução, para
segmentação ambulatorial;
VII - cobertura de atendimentos caracterizados como de urgência e emergência conforme resolução
específica vigente sobre o tema;
VIII - cobertura de remoção, depois de realizados os atendimentos classificados como urgência ou
emergência, quando caracterizada pelo médico assistente a falta de recursos oferecidos pela
unidade para a continuidade da atenção ao paciente ou pela necessidade de internação;
IX – cobertura de hemodiálise e diálise peritonial - CAPD;
X – cobertura de quimioterapia oncológica ambulatorial, entendida como aquela baseada na
administração de medicamentos para tratamento do câncer, incluindo medicamentos para o controle
de efeitos adversos relacionados ao tratamento e adjuvantes (medicamentos empregados de forma
associada aos quimioterápicos citostáticos com a finalidade de intensificar seu desempenho ou de
atuar de forma sinérgica ao tratamento) que, independentemente da via de administração e da
classe terapêutica, necessitem, conforme prescrição do médico assistente, ser administrados sob
intervenção ou supervisão direta de profissionais de saúde dentro de estabelecimento de Saúde;
XI - cobertura de medicamentos antineoplásicos orais para uso domiciliar, assim como
medicamentos para o controle de efeitos adversos e adjuvantes de uso domiciliar relacionados ao
tratamento antineoplásico oral e/ou venoso, respeitando preferencialmente as seguintes
características:
a) medicamento genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se
pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e
qualidade, e designado pela Denominação Comum Brasileira - DCB ou, na sua ausência, pela
Denominação Comum Internacional - DCI, conforme definido pela Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de
1999; e
b) medicamento fracionado: medicamento fornecido em quantidade distinta da embalagem original,
conforme necessidade do paciente e definição do órgão competente – ANVISA.
XII – cobertura dos procedimentos de radioterapia listados no Anexo I desta Resolução para a
segmentação ambulatorial;
XIII – cobertura dos procedimentos de hemodinâmica ambulatoriais que prescindam de internação e
de apoio de estrutura hospitalar por período superior a 12 (doze) horas, unidade de terapia intensiva
e unidades similares e que estejam descritos no segmento ambulatorial do Anexo I desta Resolução
Normativa;
XIV – cobertura de hemoterapia ambulatorial; e
XV – cobertura das cirurgias oftalmológicas ambulatoriais listadas nos Anexos desta Resolução.
§ 1º Para fins de aplicação do artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998, é permitida, para a segmentação
ambulatorial, a exclusão de:
I - procedimentos que exijam forma de anestesia diversa da anestesia local, sedação ou bloqueio;
II - quimioterapia oncológica intra-tecal ou que demande internação; e
III - embolizações.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do caput, as áreas de atuação estabelecidas pelo Conselho
Federal de Medicina não são consideradas especialidades médicas.
Subseção III
Do Plano Hospitalar
Art. 22. O Plano Hospitalar compreende os atendimentos realizados em todas as modalidades de
internação hospitalar e os atendimentos caracterizados como de urgência e emergência, conforme
Resolução específica vigente, não incluindo atendimentos ambulatoriais para fins de diagnóstico,
terapia ou recuperação, ressalvado o disposto no inciso X deste artigo, observadas as seguintes
exigências:
I - cobertura, em número ilimitado de dias, de todas as modalidades de internação hospitalar;
II - quando houver previsão de mecanismos financeiros de regulação disposto em contrato para
internação hospitalar, o referido aplica-se a todas as especialidades médicas, contudo a
coparticipação nas hipóteses de internações psiquiátricas somente poderá ser exigida considerando
os seguintes termos, que deverão ser previstos em contrato:
a) somente haverá fator moderador quando ultrapassados 30 dias de internação contínuos ou não,
nos 12 meses de vigência; e
b) a coparticipação poderá ser crescente ou não, estando limitada ao máximo de 50% do valor
contratado entre a operadora de planos privados de assistência à saúde e o respectivo prestador de
serviços de saúde.
III – cobertura de hospital-dia (recurso intermediário entre a internação e o ambulatório, que deve
desenvolver programas de atenção e cuidados intensivos por equipe multiprofissional, visando
substituir a internação convencional, e proporcionando ao beneficiário a mesma amplitude de
cobertura oferecida em regime de internação hospitalar) para transtornos mentais, de acordo com
as Diretrizes de Utilização estabelecidas no Anexo II desta Resolução;
IV - cobertura de transplantes listados nos Anexos desta Resolução Normativa, e dos procedimentos
a eles vinculados, incluindo:
a) as despesas assistenciais com doadores vivos, as quais estão sob expensas da operadora de planos
privados de assistência à saúde do beneficiário receptor;
b) os medicamentos utilizados durante a internação;
c) o acompanhamento clínico em todo o período pós-operatório, que compreende não só o
pós-operatório imediato (primeiras 24 horas da realização da cirurgia) e mediato (entre 24 horas e
48 horas da realização da cirurgia), mas também o pós-operatório tardio (a partir de 48 horas da
realização da cirurgia), exceto medicamentos de manutenção; e
d) as despesas com captação, transporte e preservação dos órgãos na forma de ressarcimento ao
SUS.
V - cobertura de consultas, sessões ou avaliações por outros profissionais de saúde, de forma
ilimitada durante o período de internação hospitalar, quando indicado pelo médico ou odontólogo
assistente, obedecidos aos seguintes critérios:
a) que seja dentro do escopo de atuação dos profissionais de saúde indicados e em conformidade
com a legislação específica sobre as profissões de saúde e a regulamentação dos respectivos
conselhos profissionais; e
b) que, no caso de ser necessária à realização de procedimentos, estes constem do Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde definido por esta Resolução Normativa, respeitando-se a
segmentação contratada;
VI – cobertura de órteses e próteses ligadas aos atos cirúrgicos listados nos Anexos desta Resolução;
VII - cobertura das despesas, incluindo alimentação e acomodação, relativas ao acompanhante, salvo
contraindicação justificada do médico ou do cirurgião-dentista assistente, nos seguintes casos:
a) crianças e adolescentes menores de 18 anos;
b) idosos a partir do 60 anos de idade; e
c) pessoas com deficiência.
VIII - cobertura dos procedimentos cirúrgicos buco-maxilo-faciais listados nos Anexos desta
Resolução, para a segmentação hospitalar, conforme disposto no artigo 5° desta Resolução
Normativa, incluindo a solicitação de exames complementares e o fornecimento de medicamentos,
anestésicos, gases medicinais, transfusões, assistência de enfermagem, alimentação, órteses,
próteses e demais materiais ligados ao ato cirúrgico utilizados durante o período de internação
hospitalar;
IX – cobertura da estrutura hospitalar necessária à realização dos procedimentos odontológicos
passíveis de realização ambulatorial, mas que por imperativo clínico necessitem de internação
hospitalar, com equipe de saúde necessária à complexidade do caso, incluindo exames
complementares e o fornecimento de medicamentos, anestésicos, gases medicinais, transfusões,
assistência de enfermagem e alimentação utilizados durante o período de internação hospitalar;
X - cobertura obrigatória para os seguintes procedimentos considerados especiais cuja necessidade
esteja relacionada à continuidade da assistência prestada em nível de internação hospitalar:
a) hemodiálise e diálise peritonial - CAPD;
b) quimioterapia oncológica ambulatorial, como definida no inciso XI do artigo 20 desta Resolução e
os medicamentos para tratamento antineoplásico domiciliar de uso oral;
c) procedimentos radioterápicos previstos no Anexo I desta Resolução para as segmentações
ambulatorial e hospitalar;
d) hemoterapia;
e) nutrição parenteral ou enteral;
f) procedimentos diagnósticos e terapêuticos em hemodinâmica descritos nos Anexos desta
Resolução Normativa;
g) embolizações listadas nos Anexos desta Resolução Normativa;
h) radiologia intervencionista;
i) exames pré-anestésicos ou pré-cirúrgicos;
j) procedimentos de reeducação e reabilitação física listados nos Anexos desta Resolução Normativa;
e
k) acompanhamento clínico no pós-operatório imediato, mediato e tardio dos pacientes submetidos
aos transplantes listados nos Anexos, exceto fornecimento de medicação de manutenção.
§ 1º Para fins do disposto no inciso VI deste artigo, deve ser observado o seguinte:
I - cabe ao médico ou ao cirurgião-dentista assistente a prerrogativa de determinar as características
(tipo, matéria-prima e dimensões) das órteses, das próteses e dos materiais especiais – OPME
necessários à execução dos procedimentos contidos nos Anexos desta Resolução Normativa;
II - o profissional requisitante deve, quando assim solicitado pela operadora de plano privado de
assistência à saúde, justificar clinicamente a sua indicação e oferecer pelo menos 03 (três) marcas
de produtos de fabricantes diferentes, quando disponíveis, dentre aquelas regularizadas junto à
ANVISA, que atendam às características especificadas;
III - em caso de divergência clínica entre o profissional requisitante e a operadora, a decisão caberá
a um profissional escolhido de comum acordo entre as partes, com as despesas arcadas pela
operadora; e
IV- o profissional requisitante pode recusar até três nomes indicados por parte da operadora para
composição da junta médica.
§ 2º Para fins do disposto no inciso IX deste artigo, o imperativo clínico caracteriza-se pelos atos
que se impõem em função das necessidades do beneficiário, com vistas à diminuição dos riscos
decorrentes de uma intervenção, observadas as seguintes regras:
I - em se tratando de atendimento odontológico, o cirurgião-dentista assistente e/ou o médico
assistente irá avaliar e justificar a necessidade do suporte hospitalar para a realização do
procedimento odontológico, com o objetivo de garantir maior segurança ao paciente, assegurando as
condições adequadas para a execução dos procedimentos, assumindo as responsabilidades técnicas
e legais pelos atos praticados; e
II - os honorários do cirurgião-dentista e os materiais odontológicos utilizados na execução dos
procedimentos odontológicos ambulatoriais que, nas situações de imperativo clínico, necessitem ser
realizados em ambiente hospitalar, não estão incluídos na cobertura da segmentação hospitalar e
plano referência.
Subseção IV
Do Plano Hospitalar com Obstetrícia
Art. 23. O Plano Hospitalar com Obstetrícia compreende toda a cobertura definida no artigo 22
desta Resolução, acrescida dos procedimentos relativos ao pré-natal, da assistência ao parto e
puerpério, observadas as seguintes exigências:
I – cobertura das despesas, incluindo paramentação, acomodação e alimentação, relativas ao
acompanhante indicado pela mulher durante:
a) pré-parto;
b) parto; e
c) pós–parto imediato, entendido como o período que abrange 10 dias após o parto, salvo
intercorrências, a critério médico.
II - cobertura assistencial ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do beneficiário, ou de seu
dependente, durante os primeiros 30 (trinta) dias após o parto; e
III – opção de inscrição assegurada ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do beneficiário, como
dependente, isento do cumprimento dos períodos de carência, desde que a inscrição ocorra no prazo
máximo de 30 (trinta) dias do nascimento ou adoção.
Parágrafo único. Para fins de cobertura do parto normal listado nos Anexos, este procedimento
poderá ser realizado por enfermeiro obstétrico habilitado, conforme legislação vigente, de acordo
com o artigo 5º desta Resolução.
Subseção V
Do Plano Odontológico
Art. 24. O Plano Odontológico compreende a cobertura de todos os procedimentos listados no Anexo
I desta Resolução Normativa para a segmentação odontológica.
§ 1º Os procedimentos buco-maxilo-faciais que necessitarem de internação hospitalar não estão
cobertos pelos planos odontológicos, porém têm cobertura obrigatória no plano de segmentação
hospitalar e plano-referência.
§ 2° Nas situações em que, por imperativo clínico, o atendimento odontológico necessite de suporte
hospitalar para a sua realização, apenas os materiais odontológicos e honorários referentes aos
procedimentos listados no Anexo I para a segmentação odontológica deverão ser cobertos pelos
planos odontológicos.
§ 3° É obrigatória a cobertura dos atendimentos caracterizados como urgência e emergência,
conforme normas específicas vigentes sobre o tema.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 25. As operadoras de planos privados de assistência à saúde devem comunicar em linguagem
clara e acessível, preferencialmente por escrito, aos beneficiários ou contratantes de planos de
saúde quanto às alterações nas coberturas obrigatórias, notadamente quanto às inclusões e
exclusões de procedimentos e eventos em saúde.
Parágrafo único. As comunicações de que trata o caput deste artigo deverão ser disponibilizadas em
formato acessível, respeitando-se as especificidades dos beneficiários que se apresentem na
condição de pessoa com deficiência, em especial as com deficiência visual e/ou auditiva.
Art. 26. As operadoras de planos privados de assistência à saúde deverão garantir a cobertura de
medicamentos e de produtos registrados pela ANVISA, nos casos em que a indicação de uso
pretendida seja distinta daquela aprovada no registro daquela Agência, desde que:
I - a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC tenha demonstrado as
evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento ou do
produto para o uso pretendido; e
II - a ANVISA tenha emitido, mediante solicitação da CONITEC, autorização de uso para
fornecimento, pelo SUS, dos referidos medicamentos e produtos, nos termos do art. 21, do Decreto
nº 8.077, de 14 de agosto de 2013.
Art. 27. As operadoras devem cumprir o estabelecido nos normativos expedidos pelos órgãos
governamentais competentes no que concerne à Política Nacional de Sangue, Componentes e
Hemoderivados.
Art. 28. O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde deverá ser revisto periodicamente a cada 2
(dois) anos, podendo ser atualizado a qualquer tempo, segundo critérios da ANS.
Parágrafo único. Para fins de qualificar e organizar o processo de revisão, as solicitações de
inclusão, exclusão ou alteração no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e de suas diretrizes de
atenção à saúde deverão ser feitas por meio de formulário próprio, disponibilizado em período a ser
definido pela ANS.
Art. 29. Fica mantido o Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde – COSAÚDE, por
meio da Instrução Normativa – IN nº 44, de 14 de fevereiro de 2014, da Diretoria de Normas e
Habilitação dos Produtos.
Art. 30. Esta Resolução Normativa e seus Anexos estarão disponíveis para consulta e cópia no
endereço eletrônico da ANS na Internet - www.ans.gov.br.
Art. 31. Ficam revogadas a Resolução Normativa nº 338, de 21 de outubro de 2013, a Resolução
Normativa nº 349, de 9 de maio de 2014, da Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos.
Art. 32. Esta Resolução Normativa entra em vigor no dia 2 de janeiro de 2016.
JOSÉ CARLOS DE SOUZA ABRAHÃO
DIRETOR-PRESIDENTE
Este texto não substitui o texto normativo original e nem o de suas alterações, caso haja, publicados no Diário Oficial.
ANEXOS
Correlações da RN nº 387:
Lei nº 9.656, de 1998;
Lei nº 9.787, de 1999
Lei nº 9.961, de 2000;
Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.950, de 2010
Resolução do Conselho Federal de Odontologia nº 100, de 2010
RN nº 259, de 2011,
RN nº 338, de 2013;
Decreto nº 8.077, de 2013;
RN nº 349, de 2014;
IN/DIPRO nº 44, de 2014
[VOLTAR]
A RN nº 387 revogou:
RN nº 338, de 2013;
RN nº 349, de 2014;
[VOLTAR]
ÍNDICE
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Seção I - Do Objeto
Seção II - Dos Princípios de Atenção à Saúde na Saúde Suplementar
CAPÍTULO II - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção Única - Das Coberturas Assistenciais
Subseção I - Do Plano-Referência
Subseção II - Do Plano Ambulatorial
Subseção III - Do Plano Hospitalar
Subseção IV - Do Plano Hospitalar com Obstetrícia
Subseção V - Do Plano Odontológico
CAPÍTULO III - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS