Publicado por Redação em Gestão do RH - 17/12/2025 às 09:04:27
Preferência por prêmios financeiros no fim do ano
Levantamento mostra que benefícios corporativos flexíveis e financeiros ganham força nas campanhas de incentivo, impulsionando engajamento e resultados no varejo.
A forma como empresas recompensam suas equipes no fim do ano está passando por uma transformação silenciosa, mas consistente. Um levantamento inédito da Cashin, ecossistema de incentivos de vendas e pagamentos corporativos, mostra que os brasileiros estão cada vez mais inclinados a optar por prêmios financeiros líquidos, com liberdade de uso, em vez de recompensas físicas ou catálogos fechados. O movimento ganha força em um momento estratégico para o varejo, marcado pelo aumento do consumo e pela intensificação das campanhas sazonais.
Nos últimos dois anos, a adesão de empresas a prêmios de incentivo financeiros cresceu 19%, especialmente entre grandes companhias do varejo. A mudança ocorre em paralelo ao aquecimento do comércio. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil, as vendas de fim de ano devem movimentar R$ 84,9 bilhões em 2025.
Nesse contexto, benefícios corporativos mais personalizados e flexíveis passaram a ser vistos como instrumentos estratégicos para engajamento, produtividade e retorno sobre investimento (ROI). Empresas como Hypera, Grupo Boticário, MRV, Disney, Mars e Melitta estão entre as que reformularam seus programas de incentivo, abandonando modelos padronizados e apostando em soluções digitais que ampliam a autonomia do colaborador.
A lógica é simples: não há mais espaço para campanhas que oferecem o mesmo prêmio para todos ou impõem como a bonificação deve ser utilizada. Programas que permitem ao profissional escolher como receber o incentivo — seja por transferência bancária, pagamento de contas ou uso em diferentes canais — têm apresentado maior adesão e impacto positivo nos indicadores de engajamento.
“Durante muito tempo, os programas de incentivo se apoiaram em prêmios físicos ou catálogos fechados, desconsiderando o que realmente motiva cada profissional. Oferecer uma viagem a quem precisa quitar dívidas ou organizar a vida financeira não faz sentido. Quando o prêmio é pouco atrativo ou difícil de resgatar, o engajamento cai”, afirma Nani Gordon, cofundadora e vice-presidente da Cashin.
Segundo a executiva, campanhas que dão poder de decisão ao colaborador fortalecem o senso de pertencimento e ampliam a efetividade das ações, especialmente em datas sazonais como o Natal.
Dinheiro no bolso e rapidez no resgate
A análise da Cashin considerou dados coletados entre outubro e dezembro, ao longo de três anos, e revela uma mudança clara no comportamento dos premiados. Em 2025, as transferências bancárias já representam mais de 77% dos resgates, consolidando-se como a principal escolha dos profissionais.
O pagamento de boletos mantém relevância, com 5,49% das preferências, embora em queda em relação a 2024, quando representava 8,79%. O dado indica que parte dos beneficiados utiliza os prêmios para organizar a vida financeira no fim do ano. Já as compras com cartão perderam espaço, reforçando a preferência por liquidez e autonomia.
Os números apontam para uma tendência clara: o trabalhador brasileiro quer liberdade para decidir como usar o benefício — seja para pagar contas, reduzir dívidas, cobrir despesas do período ou planejar o consumo de forma mais consciente.
Benefícios corporativos como estratégia
Para especialistas em gestão de pessoas e remuneração variável, o levantamento reforça a necessidade de as empresas revisarem seus modelos de incentivo. Em um cenário de maior competição por talentos e pressão por resultados, benefícios corporativos flexíveis deixam de ser apenas um diferencial e passam a integrar a estratégia de engajamento e retenção.
“Os dados estão aí. As empresas têm indicadores claros para decidir como estruturar suas campanhas. A pergunta é se continuarão repetindo modelos que não engajam ou se permitirão que o capital humano mais importante da organização tenha voz ativa na forma como é reconhecido”, conclui Nani Gordon.
Com a proximidade de 2026, a tendência é que programas de incentivo baseados em autonomia, rapidez e personalização ganhem ainda mais espaço, influenciando não apenas campanhas sazonais, mas toda a política de benefícios corporativos no País.
Fonte: Mundo RH



