Publicado por Redação em Carreira - 04/11/2019 às 18:35:58

O poder da Inteligência Emocional na vida profissional



Com os avanços da tecnologia, impulsionada pelo que chamamos de 4a. Revolução Industrial, muitas mudanças chegaram ao mercado e ambiente de trabalho. Novas profissões, novos perfis de profissionais, novos hábitos e comportamentos são somente alguns exemplos.

Diante dessas transformações, como os profissionais lidam com os desafios e obstáculos impostos à sua carreira ou até mesmo à sua vida pessoal? A Inteligência Emocional pode ser a resposta e a solução, como uma prática fundamental para a sobrevivência e tomada de decisões na vida de qualquer pessoa.

Para falar mais do assunto, o portal da Revista Melhor Gestão de Pessoas conversou com Rodrigo Fonseca, especialista Emocional e presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBIE). Confira!

Rodrigo, o quanto a Inteligência Emocional aplicada em um profissional pode fazer diferença em suas tomadas de decisões?

Rodrigo Fonseca: Pode mudar o rumo de sua carreira! Nossas decisões moldam a realidade que vivenciamos hoje e futuramente, e todas as decisões são tomadas pelo emocional, mas justificadas pela razão.

Muitas pessoas querem alcançar um resultado, conquistar uma promoção ou mudar de área, mas acabam desistindo, procrastinando. A inteligência Emocional aplicada na prática tem o potencial de fazer com que a pessoa se comprometa com seus objetivos, pois a ação é um dos pilares mais importantes da IE. 

Quando uma pessoa fica na zona de conforto significa que ela está com medo, e ao compreender a origem dessa emoção na própria história de vida, é possível dar um novo significado a essa emoção e, principalmente, usar o mesmo medo que antes paralisava para a AÇÃO!

Quando falamos de líderes, que tomam decisões importantes e têm ao seu lado uma equipe, qual o preparo que a inteligência emocional pode contribuir para um profissional nesta posição?

Rodrigo Fonseca: O Líder precisa identificar o talento que cada um da sua equipe tem para designar de forma assertiva uma tarefa ou projeto.

Outra questão importante é o feedback. Muitos profissionais não sabem como fazer essa comunicação, acabam criando conflitos e se distanciando do objetivo principal dessa ação: o autodesenvolvimento do colaborador para atingir os melhores resultados.

A Inteligência Emocional é um fator essencial para identificar as emoções que o outro sente, mesmo que inconscientemente, ajudando-o a superar cada uma delas. E a parte mais importante da Inteligência Emocional para um líder é a preparação emocional dele, evitando que o estresse e a pressão do dia a dia acabem produzindo doenças e baixas na liderança de uma empresa.

Quais os impactos da 4a. revolução industrial à saúde emocional dos profissionais de hoje?

Rodrigo Fonseca: No Japão já se fala em Sociedade 5.0, onde o ser humano voltará a ocupar o lugar principal como motivo, razão e objetivo das criações tecnológicas.

Para o Brasil ocupar essa posição, precisamos fazer com que certos valores sejam mais desenvolvidos. Somente assim conseguiremos despertar para uma consciência emocional e novas competências profissionais, conhecidas atualmente como “soft skills“. 

Atualmente, a tecnologia é o centro de tudo e esses valores estão confusos dentro das pessoas e empresas. O ser humano se sente perdido por achar que precisa competir com as máquinas, pela falta de autoconhecimento interpessoal e consciência global. Quando, na verdade, a tecnologia nos libertará para sermos ainda mais humanos, ou seja, para sermos mais criativos e colaborativos uns com os outros. A IE preparará o ser humano para extrair o melhor de suas habilidades e da humanidade.

Quando ela, a tecnologia, é aliada e quando pode assumir papel contrário?

Rodrigo Fonseca: A tecnologia é aliada a partir do momento em que sabemos utilizá-la a nosso favor.

Por exemplo, sabemos que os robôs estão fazendo as tarefas manuais que o ser humano estava acostumado a fazer. Com isso, vemos a necessidade de desenvolver novas competências. A Inteligência Artificial não conseguirá adquirir habilidades comportamentais, como criatividade, estratégia, negociação – qualidades que definem o profissional do futuro.

Outra questão é a criação de novas tecnologias com o propósito exclusivo de ajudar a humanidade (o que envolve novamente o conceito de Sociedade 5.0). Agora, quando sentimos medo da tecnologia e isso nos faz permanecer na zona de conforto, ou quando deixamos ela ditar as regras da nossa vida, nos levando a uma saúde emocional precária, aí sim ela se torna o “inimigo”.

Uma saúde emocional de qualidade pode evitar o surgimento da Síndrome de Burnout /esgotamento profissional?

Rodrigo Fonseca: Com certeza. Na minha visão e método, os principais pilares da Inteligência Emocional são: Autorresponsabilidade, Percepção das Emoções, Gerenciamento das Emoções, Foco e Ação.

Todas essas habilidades desenvolvem um autoconhecimento muito grande sobre a nossa história de vida e desdobramentos no nosso presente. Dizer: “não, não vou fazer isso hoje”, é algo que demanda conhecimento sobre seu próprio limite e percepção de seus sentimentos, como o estresse, esgotamento e cansaço.

Também exige certo nível de autoestima, pois dizer “não vou conseguir, vamos tentar de outro jeito” no ambiente corporativo, onde há muita pressão e cobrança pela perfeição, é um ato de autocuidado e amor-próprio. A Inteligência Emocional é o caminho para evitar quase, se não todas, doenças emocionais e físicas.

É importante, portanto, que o RH levante essa bandeira na saúde organizacional, levando em consideração na empresa o equilíbrio entre saúde física, mental e emocional? Faz parte de um RH estratégico propor treinamentos voltados à saúde emocional dos colaboradores?

Rodrigo Fonseca: Mais que estratégico, faz parte de um RH preparado para o futuro. O mercado de trabalho já valoriza os profissionais que possuem Inteligência Emocional e a tendência é que isso só aumente.

Uma empresa que tem a IE em seus pilares é uma empresa de Visão. Por conta disso, a partir de 2020 a SBIE começará a desenvolver um CARE (Centro de Apoio ao Relacionamento e as Emoções) dentro de grandes multinacionais e médias empresas.

Um relatório divulgado pela OMS estimou que até 2030 a depressão ocupe o primeiro lugar em causas mundiais de invalidez no mercado de trabalho. Isso só demonstra que quando o assunto é saúde emocional, sua importância não afeta apenas a indústria, mas sim a economia mundial.


Fonte: Revista Melhor


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