Excesso de vitaminas prejudica a saúde


Você deve saber: no Brasil, a venda de vitaminas não exige prescrição. Um estudo da consultoria IMS Health mostrou que os brasileiros compraram 52 milhões de frascos em 2008. Nada disso significa que estamos no caminho certo. “Acreditar que elas apenas fazem bem ou não imaginar que podem fazer mal é um erro. Em algumas situações, podem elevar a incidência de câncer ou até aumentar a mortalidade”, alerta Omar Jaluul, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
 
“Hoje os riscos estão claros e muito bem documentados”, completa o nutrólogo Claudio de Lima Barbosa, membro da Associação Brasileira de Nutrologia. Importante: nunca consuma por conta própria – um especialista saberá levar em conta fatores importantes, como a alimentação, a prática de atividades físicas e o histórico familiar de saúde. Apesar de não ser tão comum, veja o perigo de errar a mão em alguns nutrientes.
 
Cálcio
 
Quantidade diária recomendada: 1000 mg
 
Limite: 2500 mg
 
Risco: preste atenção também nos alimentos fortificados. Muito cálcio pode levar a pedras nos rins, depósito de cálcio nas artérias e, ironicamente, ossos enfraquecidos. “O excesso evita a absorção de nutrientes necessários para a saúde óssea, como magnésio”, afirma Mark Woodin, professor da Universidade Tufts, nos EUA.
 
Ferro
 
Quantidade diária recomendada: 18 mg
 
Limite: 45 mg
 
Risco: estudos mostram que índices elevados de ferro (encontrado em carnes, espinafre, lentilha e soja) no sangue pode ser fator de risco para doenças cardíacas. “O ferro também compete por absorção com minerais importantes, como o cobre”, afirma Roberta Anding, porta-voz da American Dietetic Association.
 
Vitamina A
 
Quantidade diária recomendada: 5000 mg
 
Limite: 30000 mg
 
Risco: “problemas no fígado, diminuição da densidade óssea e problemas congênitos”, diz Martha Belury, professora de nutrição da Universidade do Estado de Ohio, nos EUA. Já que é possível obter a vitamina A necessária por alimentos como leite, ovos e cenoura, a suplementação normalmente não é necessária.
 
Zinco
 
Quantidade diária recomendada: 8 mg
 
Limite: 40 mg
 
Risco: uma overdose de zinco pode levar à perda de cabelo, cistos nos ovários e espasmos musculares. Tome cuidado neste inverno, pois alguns medicamentos para aliviar sintomas de resfriados chegam a ter perto de 50 mg.
 
Betacaroteno
 
Quantidade diária recomendada: não estabelecida
 
Limite: não estabelecido (segundo a European Food Safety Authority, o consumo diário acima de 20 mg por dia é contraindicado para fumantes pesados)
 
Risco: fumantes (e fumantes passivos), cuidado: quando o betacaroteno tomado na forma de suplementos se mistura à fumaça do cigarro, ele passa de antioxidante que previne o câncer para pró-oxidante que aumenta o risco de câncer no pulmão. Consuma o nutriente dos alimentos como cenoura e batata-doce.
 
Vitamina E
 
Quantidade diária recomendada: 15 mg
 
Limite: 1000 mg
 
Risco: uma análise de estudos realizada na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, concluiu que megadoses estão relacionadas ao aumento dos riscos de mortalidade.
 
Quando a suplementação é necessária
 
O fato de muita gente estar tomando vitaminas além da conta não significa que a suplementação não seja necessária em certos casos. “Algumas necessidades são mais comuns, como a reposição de vitamina D por causa da osteoporose e da vitamina B12 por causa da anemia”, lembra o geriatra Omar Jaluul.
 
Outro caso: quem passa por cirurgia de redução do estômago e vê a absorção de vitaminas diminuir. E cuidado: “As dosagens devem ser feitas em lugares de confiança e sem conflitos de interesse com o profissional que solicitou os exames”.
 
Fonte: www.dominiojovem.com.br