Publicado por Redação em Mercado - 13/10/2022 às 09:47:52

Escritórios em bairros residenciais podem ser o futuro do trabalho



Jane Fraser, CEO do Citigroup, percebeu como a inflação e os altos custos de vida dificultam as vidas de seus funcionários. Para aliviar a sobrecarga financeira, ela está estudando os impactos positivos que escritórios em bairros residenciais poderiam trazer no futuro do trabalho.

Na reunião do comitê de moradia e serviços financeiros da empresa, Fraser se solidarizou com seus colaboradores. “Temos consciência do quão caro está ficando para o nosso pessoal vir ao trabalho. Estamos muito atentos a isso e em ser flexíveis para as famílias, possibilitando novas opções de trabalho”.

A fala da executiva foi uma resposta ao representante do estado de Nova Jersey no Congresso americano, Josh Gottheimer, que trabalha para oferecer incentivos fiscais aos empreendimentos novaiorquinos que abrirem escritórios em Nova Jersey com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos funcionários.

De acordo com o Wall Street Journal, o fundo de investimentos do governo de Singapura, junto de outros importantes investidores, tem investido em escritórios em áreas residenciais, apostando que eles terão um papel importante no futuro do trabalho.

A Bloomberg também anunciou que grandes corporações estão deixando a cidade de Chicago em razão do aumento das taxas de criminalidade e de impostos. A United Airlines vai transferir 1.300 funcionários de sua sede na famosa Willis Tower de Chicago para bairros residenciais. Ken Griffin, o bilionário líder de operações do fundo de cobertura da Citadel, está realocando os funcionários de sua companhia para Miami. A produtora de aviões Boeing também está deixando a cidade grande e indo para Arlington, no estado da Virgínia. A empresa fabricante de equipamentos de construção Caterpillar vai levar o seu principal escritório para o Texas. E a companhia Tyson Foods vai realocar mil funcionários de Chicago para sua sede em Springdale, no estado do Arkansas.

Meta deixa escritório que alugava por US$ 110 milhões
Deixando o mercado imobiliário de Manhattan, a Meta – dona do Facebook, WhatsApp e Instagram – vai sair da sua propriedade de 18 mil metros quadrados, que alugava por US$ 110 milhões (R$ 575 milhões) na Park Avenue, uma das principais avenidas de Nova York. Esse é um importante alerta sobre o futuro do trabalho: os dias em que as grandes empresas de tecnologia gastavam suas fortunas em luxuosos espaços de escritórios – com estruturas incríveis e salários acima do mercado – podem estar chegando ao fim.

A gigante das redes sociais ainda tem planos de reduzir sua presença no mercado imobiliário de São Francisco, ao mesmo tempo que seus funcionários demandam por trabalho remoto e que a empresa congela e diminui a contratação de novos profissionais. A Meta vai mudar os layouts dos seus escritórios posicionando mesas de trabalho e equipes juntas, com o objetivo de deixar o espaço mais dinâmico.

Sair de uma cidade grande é um corte de custos gigante
Há uma discussão entre os funcionários que desejam continuar trabalhando remotamente e os empregadores que querem que seus funcionários voltem ao escritório cinco dias por semana. Esse cabo de guerra tem relevantes consequências para o mercado imobiliário nas grandes cidades e para como o futuro do trabalho vai se configurar.

Em razão da situação econômica, CFOs das empresas estão diminuindo seus custos, o que inclui reduzir a sua presença no mercado imobiliário, segundo um novo estudo da IWG (International Workplace Group), importante companhia provedora de espaços de trabalho compartilhado. Esses executivos relataram, em primeira pessoa, que também planejam executar demissões em massa, diminuir as promoções e congelar contratações em razão da incerteza do futuro.

Nova York pode apresentar dificuldades com a resistência de funcionários remotos para voltar aos escritórios. Estima-se que grandes prédios corporativos podem perder US$ 50 bilhões (R$ 2,6 trilhões) se essa tendência continuar. O Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos (National Bureau of Economic Research), mostra que os valores das propriedades de escritórios em Nova Iorque tiveram queda de, aproximadamente, 45% em 2020 e devem atingir 39% dos preços de antes da pandemia.

Na primeira semana após o Dia do Trabalho, feriado nacional norte-americano do segundo semestre do ano, o uso de escritórios nas 10 maiores regiões metropolitanas do país se aproximou de 50% dos níveis de comparecimento pré-pandemia, de acordo com a Kastle Systems, empresa que administra entradas nos edifícios corporativos. Havia mais funcionários naquela semana do que houve desde o início da pandemia. Apesar disso, o comparecimento presencial é ainda mais baixo do que era antes da Covid-19.

Híbrido pode ser a resposta no futuro do trabalho
O relatório da IWG indica que o modelo de trabalho híbrido pode ser uma forma financeiramente prudente de equilibrar os custos e agradar os empregados, porque eles não precisarão estar sempre em um contexto de escritório.

Segundo Mark Dixon, CEO da IWG, as empresas precisam de boas razões para atrair os funcionários de volta aos escritórios. Ele sugere que os edifícios sejam remodelados para convidar as pessoas a socializar, ter discussões, encontrar novos clientes e acompanhar novos empreendimentos. Os escritórios poderiam oferecer benefícios que companhias de tecnologia, como o Google, usam para incentivar as pessoas a ir no escritório – já que isso é melhor do que ficar confinado sozinho em um apartamento.

Dixon acredita que o ponto-chave poderia ser a oferta de espaços de coworking atraentes nos bairros residenciais. Isso poderia ser decisivo em tornar mais fácil o deslocamento para o trabalho: uma locomoção de somente 15 minutos em vez de gastar 3 horas de deslocamento em uma cidade grande. Os custos de transporte e o cansaço físico do corpo e da mente seriam consideravelmente reduzidos com um curto trajeto até o emprego. Um espaço de coworking oferece um respiro da monotonia de estar em casa ou do ir e vir de uma cidade lotada, suja e, às vezes, violenta.

Cada vez menos pessoas se locomovendo ao trabalho também seria um bom para o meio-ambiente. Há também a oportunidade de trabalhar estando em diferentes localidades ao redor do mundo para tornar as coisas mais interessantes.



Fonte: Forbes


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